Tudo junto e misturado


quarta-feira, 30 de junho de 2010

TSE confirma: a internet é livre. E Serra, reincidente


Do blog Tijolaço - Por Brizola Neto

Duas decisões tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, agora à noite, devem ser destacadas aqui. E devem servir para que os representantes do Ministério Público Eleitoral reflitam e vejam o que está se tornando sua atuação perante não apenas os olhos do Judiciário, mas diante de toda a Nação.

Na primeira delas, os ministros do TSE negaram – por unanimidade – representação do MPE que atacava blogs pró-Dilma. o relator, Ministro Henrique Neves, disse que “a internet é, sem dúvida, o maior espaço já concebido para o debate democrático”, aformando que os blogs e outros mecanismos são importantes veículos que permitem o debate de ideias e troca de informações o que é elemento essencial à democracia. “Isso, porém, não significa dizer que em nome dessa liberdade de expressão tudo possa ser estampado”, afirmou.

Segundo o ministro, se alguém se sentir ofendido por conteúdo veiculado em determinada página – e foi que sim, mas isso era ação do suposto ofendido, não do MPE - por algo que houvesse sido postado por terceiro que não seja o responsável pelo site, “o ofendido poderá notificar o provedor de conteúdo sobre a ofensa, para que o provedor possa tomar as providências. Caso o provedor ignore a notificação, poderá ser responsabilizado judicialmente junto com o autor da ofensa.

“Manifestações de apoio, ainda que expressas, ou revelações de desejo pessoal que determinado candidato seja eleito, bem como críticas ácidas que não transbordem para a ofensa pessoal, quando emandadas de pessoas naturais que debatem política na Internet, não devem ser consideradas como propaganda eleitoral”, disse Henrique Neves.

O MPE, que se empenhou em “caçar” os blogs, porém, não foi o autor de uma ação julgada procedente pelo Tribunal. É a movida – outra vez – contra os anúncios de Serra nos horários do PSDB. O ministro Aldir Passarinho J.r, corregedor-geral eleitoral, deferiu liminar que suspende imediatamente, uma inserção nacional veiculada no último sábado pelo partido considerada propaganda eleitoral antecipada por divulgação da imagem pessoal do pré-candidato à presidência da República, José Serra.

Mas não foi um pedido do MPE, como o MPE não pediu punição ainda para o PPS, que fez propaganda flagrantemente ilegal de Serra no seu horário, no dia 10, muito menos contra o PTB, que fez o mesmo na última quinta feira. O pedido foi feito pelo Partido dos Trabalhadores, que agora passou a agir com mais energia, com todo o meu aplauso.

A cara de pau foi tanta que o slogan nos “comerciais” era : “Quem compara vai de Serra”.

A candidatura Serra viola sistematica e deliberadamente a lei porque sabe que não há reação enérgica e porque sabe que vai contar com a complacência da mídia. Por afirmações subjetivas, que foram interpretadas como campanha, a imprensa dizia que Lula “esbofeteava” a justiça eleitoral e algums colunistas diziam que o TSE “não tinha coragem” de tomar uma providência mais enérgica. Ah, a aos blogeuiros, chamavam-nos “de aluguel”…

Com Serra fazendo propaganda aberta, violando texto explícito da lei, aparecendo em programas onde não pode estar limitam-se a registrar numa notinha e pronto…

Enquanto isso, o MPE prioriza a repressão a possíveis propagandas de blogs, de audiência modesta e, sobretudo, voluntária e deixa de agir com presteza, e até de agir, para evitar a contumácia da transgressão, contra programas e inserções em rede de televisão, que atingem milhões de brasileiros, querendo ou não querendo eles, na programação das emissoras.

Mas contra isso, o MPE age lentamente. Empenho, mesmo, está tendo até em recorrer de sentenças absolutórias contra Lula, como a que conseguir reformar hoje, impondo-lhe nova multa.


Pinçado de:
http://www.tijolaco.com/?p=19405

Imperialismo "ecológico": fazendas lá, florestas aqui

Do blog amigos do presidente Lula

Sob o autoexplicativo título Farms Here, Forests There (Fazendas Aqui, Florestas Lá), foi publicado nos Estados Unidos, em maio, estudo patrocinado pela National Farmers Union (Associação Nacional de Fazendeiros) e pela organização não-governamental Avoided Deforestation Partners (Parceiros contra o Desmatamento).

O Deputado Aldo Rebelo disseca o relatório, e mostra a estratégia imperialista estadunidense e européia.

A produção de alimentos tem mais valor econômico do que a preservação de florestas. Daí há a doutrina do comércio de créditos de carbonos, para eliminar a agricultura competitiva de países tropicais: fazendas nos países ricos, e florestas nos países pobres.

Aos países pobres oferecem apenas subsídios (ou compra de créditos de carbono) para preservar florestas, em valor muito menor do que os subsídios agrícolas nos países ricos, freando o desenvolvimento agrícola nos países pobres que ameace a produção dos ricos e a hegemonia do controle da indústria alimentícia. O artigo completo pode ser lido aqui.


Pinçado de:
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2010/06/imperialismo-ecologico-fazendas-la.html

A nova Era Dunga: o fim do besteirol esportivo

DO blog Brasília eu vi - Por Leandro Fortes

Foi na Copa do Mundo de 1986, no México, com Fernando Vanucci, então apresentador da TV Globo, que a cobertura esportiva brasileira abandonou qualquer traço de jornalismo para se transformar num evento circense, onde a palhaçada, o clichê e o trocadilho infame substituíram a informação, ou pelo menos a tornaram um elemento periférico. Vanucci, simpático e bonachão, criou um mote (“alô você!”) para tornar leve e informal a comunicação nos programas esportivos da Globo, mas acabou por contaminar, involuntariamente, todas as gerações seguintes de jornalistas com a falsa percepção de que a reportagem esportiva é, basicamente, um encadeamento de gracinhas televisivas a serem adaptadas às demais linguagens jornalísticas, a partir do pressuposto de que o consumidor de informações de esporte é, basicamente, um retardado mental. Por diversas razões, Vanucci deixou a Globo, mas a Globo nunca mais abandonou o estilo unidunitê-salamê-minguê nas suas coberturas esportivas, povoadas por sorridentes repórteres de camisa pólo colorida. Aliás, para ser justo, não só a Globo. Todas as demais emissoras adotaram o mesmo estilo, com igual ou menor competência, dali para frente.

Passados quase 25 anos, o estilo burlesco de se cobrir esporte no Brasil passou a ser uma regra, quando não uma doutrina, apoiado na tese de que, ao contrário das demais áreas de interesse humano, esporte é apenas uma brincadeira, no fim das contas. Pode ser, quando se fala de handebol, tênis de mesa e salto ornamental, mas não de futebol. O futebol, dentro e fora do país, mobiliza imensos contingentes populacionais e está baseado num fluxo de negócios que envolve, no todo, bilhões de reais. Ao lado de seu caráter lúdico, caminha uma identidade cultural que, no nosso caso, confunde-se com a própria identidade nacional, a ponto de somente ele, o futebol, em tempos de copa, conseguir agregar à sociedade brasileira um genuíno caráter patriótico. Basta ver os carros cobertos de bandeiras no capô e de bandeirolas nas janelas. É o momento em que mesmos os ricos, sempre tão envergonhados dos maus modos da brasilidade, passam a ostentar em seus carrões importados e caminhonetes motor 10.0 esse orgulho verde-e-amarelo de ocasião. Não é pouca coisa, portanto.

Na Copa de 2006, na Alemanha, essa encenação jornalística chegou ao ápice em torno da idolatria forçada em torno da seleção brasileira penta campeã do mundo, então comandada pelo gentil Carlos Alberto Parreira. Naquela copa, a dominação da TV Globo sobre o evento e o time chegou ao paroxismo. A área de concentração da seleção tornou-se uma espécie de playground particular dos serelepes repórteres globais, lá comandados pela esfuziante Fátima Bernardes, a produzir pequenos reality shows de dentro do ônibus do escrete canarinho. Na época, os repórteres da Globo eram obrigados a entrar ao vivo com um sorriso hiperplastificado no rosto, com o qual ficavam paralisados na tela, como em uma overdose de botox, durante aqueles segundos infindáveis de atraso de sinal que separam as transmissões intercontinentais. Quatro anos antes, Fátima Bernardes havia conquistado espaço semelhante na bem sucedida seleção de Felipão. Sob os olhos fraternais do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi eleita a musa dos jogadores, na Copa de 2002, no Japão. Dentro do ônibus da seleção. Alguém se lembra disso? Eu e a Globo lembramos, está aqui.

O estilo grosseiro e inflexível de Dunga desmoronou esse mundo colorido da Globo movido por reportagens engraçadinhas e bajulações explícitas confeitadas por patriotadas sincronizadas nos noticiários da emissora. Sem acesso direto, exclusivo e permanente aos jogadores e aos vestiários, a tropa de jornalistas enviada à África do Sul se viu obrigada a buscar informações de bastidores, a cavar fontes e fazer gelados plantões de espera com os demais colegas de outros veículos. Enfim, a fazer jornalismo. E isso, como se sabe, dá um trabalho danado. Esse estado de coisas, ao invés de se tornar um aprendizado, gerou uma reação rançosa e desproporcional, bem ao estilo dos meninos mimados que só jogam porque são donos da bola. Assim, o sorriso plástico dos repórteres e apresentadores se transformou em carranca e, as gracinhas, em um patético editorial.

Dunga será demitido da seleção, vença ou perca o mundial. Os interesses comerciais da TV Globo e da CBF estão, é claro, muito acima de sua rabugice fronteiriça e de sua saudável disposição de não se submeter à vontade de jornalistas acostumados a abrir caminho com um crachá na mão. Mas poderá nos deixar de herança o fim de uma era medíocre da crônica esportiva, agora defrontada com um fenômeno com o qual ela pensava não mais ter que se debater: o jornalismo.


Pinçado de:
http://brasiliaeuvi.wordpress.com/2010/06/24/a-nova-era-dunga-o-fim-do-besteirol-esportivo/

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O que Dilma vê pelo retrovisor


Roubei a foto do Blog do Brizola

sábado, 19 de junho de 2010

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Não nos calarão


Ofensiva do Ministério Público fere direitos civis

A ofensiva do MPE contra blogs que fazem propaganda política não é apenas insensata. É uma agressão aos princípios constitucionais.

À diferença da grande mídia, a internet não recebe publicidade oficial. É um espaço patrocinado puramente pelo idealismo. Numa democracia representativa, os cidadãos legam a partidos e candidatos a responsabilidade de lutarem por determinadas idéias. Quando a Justiça Eleitoral impede, portanto, que o cidadão defenda o representante político no qual ele votou ou no qual ele pretende votar, está roubando um poder legítimo pertencente à sociedade civil.

Segundo essa lógica, os cidadãos podem falar de política, mas não podem falar "dos políticos". O que é impossível. Não se pode falar de poesia sem falar dos poetas.

Sempre fico impressionado com a hipocrisia de setores da opinião pública. Ficam histéricos e agressivos diante de simples debates, civis e parlamentares, em torno do tema liberdade de imprensa, acusando (ridiculamente) graves violações dos direitos civis, e silenciam sobre a atitude concreta do MPE frente aos blogs políticos.

Trata-se efetivamente de um pequeno golpe de Estado, e sinaliza a existência de um núcleo não-democrático e irresponsável dentro das instituições eleitorais, uma realidade que poderá trazer enorme instabilidade política para o Brasil.

Os procuradores também atacaram um blog tucano, http://euqueroserra.blogspot.com/, feito por um garoto da Bahia, que está perplexo e talvez amedrontado. É absurdo, injusto e inconstitucional do mesmo jeito.

O prejuízo político para a comunicação de Dilma Rousseff, porém, é muito maior, pois a blogosfera é o único espaço onde se pode discutir políticas de governo com verdadeira pluralidade. Não porque possa haver mais blogs de esquerda que o contrário, o que nem é verdade. Mas porque qualquer um pode expressar sua opinião, seja comentando seja criando um espaço próprio, sem a necessidade de investir milhões de reais na compra de rotativas.

A alegação da procuradora de que a existência do blog traz desequilíbrio ao processo eleitoral mistura estupidez, loucura e maucaratismo. Qualquer cidadão pode abrir um blog em segundos em favor de José Serra. Fazia sentido proibir propaganda quando o candidato apenas podia usar a tv, uma concessão pública que tem um alto custo de difusão. Essa lei vem dos tempos da ditadura, quando não interessava ao governo que o povo discutisse política antes do tempo.

É estupidez porque não tem resultado prático. Se o Google fechar o Blog da Dilma ou o Amigos do Presidente Lula, aparecerão mil outros. Loucura porque o MPE teria que triplicar o número de procuradores e dedicar-se exclusivamente a essa função. Nasce um blog a cada minuto no Brasil. Quem vai monitorar se cada um deles faz propaganda antecipada ou não?

Maucaratismo porque transforma o procurador, que não passa pelo crivo eleitoral, num agente político. Isso beneficia determinadas faixas de renda e instrução, que historicamente tiveram maior acesso às altas funções públicas. Nem sei se isso vem ao caso, mas registre-se que o MPE mandou tirar um blog tucano de pouquíssima projeção, e dois blogs petistas de grande circulação. Nem equânime foi.

Uma atitude honesta do MPE seria mandar circular publicamente um memorando contendo informações sobre as regras do jogo. Puxar o tapete como fez, atacando a honra e a estabilidade financeira (através de multa) de simples cidadãos, sem proteção governamental, corporativa ou partidária, é um ato de abjeta covardia.

A hora é de solidariedade, união e combate. A gente sabia que a guerra seria dura, mas não pensávamos que chegaria a esse ponto. Isso reflete um desespero triste, impotente e sem criatividade. Ao cabo, a ação dos procuradores apenas aumenta a visibilidade da blogosfera. Movidos pela curiosidade, mais cidadãos entrarão em blogs políticos. Eles (os que atacam a blogosfera) serão chicoteados com a mesma vara que usaram.

A nossa resposta deve ser dura. Pressionar junto ao Congresso Nacional para pôr esses procuradores na linha. Sua função é perseguir políticos corruptos e não blogueiros que apenas contribuem para tornar realidade dois Princípios Fundamentais da Constituição Federal: pluralidade política e liberdade de expressão.

TÍTULO II- Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Art. 5º
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

*

Para discutir questões como essa, e tantas outras, é tão importante essa iniciativa de organizar o Encontro Nacional de Blogueiros.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Jesus numa moto

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Quem quer ser vice?

Se à poucos dias da oficialização da candidatura, Serra, PSDB e aliados ainda não foram capazes de definir um vice para a chapa, como serão capazes de governar o país?

Estudo importantissímo

Difícil é saber como a humanidade sobreviveu até hoje sem essa informação.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O PSDB trabalha pelo Brasil?

SOBERANIA NO PRÉ-SAL: 'DIFICULTAR O MÁXIMO', DIZ O PSDB

Senado vota esta semana os marcos regulatórios da soberania brasileira na exploração do pré-sal, incluindo a capitalização da Petrobrás e destinação de receitas e royalties para a formação de um fundo estatal vinculado a investimentos em educação, ciência, tecnologia, meio ambiente e combate à pobreza e à desigualdade. Promessa do líder tucano Álvaro Dias (PSDB-PR) , aspas: "Nossa intenção é dificultar o máximo a aprovação dos projetos do pré-sal, porque somos contra o modelo da partilha [ a exemplo das petroleiras internacionais ] e a forma proposta de capitalização da Petrobras, por meio de cessão onerosa' [porque fortalece a dimensão estatal da empresa, tornando mais distante o projeto demotucano de privatizá-la].
(Carta Maior, com agências; 07-06)

sábado, 5 de junho de 2010

A COR DOS MEUS SENTIMENTOS

Eu sei ,não tem cor nossos sentimentos,
todos eles,são invisivéis como os ventos,
só percebemos, mas não vemos uma saudade.
Em nossos interiores, somente sentimos,
sei que jamais veremos e nunca vimos
qual e a cor de uma felicidade.

Mas se tivesse, da alegria, qual a cor?
Sei, que a mais bela de todas, seria do amor,
e teriámos também as cores da escuridão.
Não seria tudo tão colorido e perfumado,
e com isso, já estou bem acostumado,
conhece essa e outras cores, meu coração.

Mas todas elas, seriam bem recebidas,
as cores mortas, e também as coloridas,
eu cuidaria de repintar até a incolor.
De todas, mesmo as que tem pouca beleza,
ou as que nos mostram só a tristeza,
sem dúvida, seria eu, o mais famoso pintor.

A da tranquilidade, branca como o giz,
e a cor de rosa, que mostra alguém feliz,
e qual seria, a cor de uma lembrança?
Mas, não poderia exercer essa profissão,
só pintaria as cores de uma recordação,
por que já esqueci, qual a cor da esperança.
GIL DE OLIVE

Padre marcelo ora por Serra, agora vai.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A especialidade do PSDB de Serra

Uma só casa abriga 15 famílias vítimas de enchentes do Jardim Pantanal

Do Rede Brasil Atual - Por Suzana Vier

Depois de sucessivas enchentes e de serem desalojadas de ocupação, 30 pessoas dividem uma casa de dois cômodos, em condições precárias


Os blocos à vista, sem reboco, dos dois cômodos da casa de dona Ana, no Jardim Pantanal, são a guarida de 15 famílias. Em meio à precariedade do pequeno espaço e dos poucos recursos, oito crianças e 22 adultos, além de três cães e dois gatos vivem na casa da enfermeira Ana Silveira.

As 15 famílias perderam móveis e casas nas sucessivas enchentes que atingiram o Jardim Pantanal desde dezembro de 2009. No fim de maio, passaram por uma nova perda, quando foram despejadas da ocupação que iniciaram um mês antes, na Vila Curuçá. O terreno, em processo de desapropriação pela prefeitura de São Paulo, era a esperança de um novo recomeço para 80 famílias. Entretanto, os donos obtiveram na Justiça a reintegração de posse do local e as famílias foram obrigadas a se retirarem.

A própria Ana, que decidiu abrigar as 15 famílias depois da desocupação na Vila Curuçá, também foi vítima da primeira enchente no bairro, em dezembro de 2009. "Tudo aqui é doação das pessoas, só a mesa se salvou da chuva", descreve. Mas, ensina que é preciso recomeçar. "Quando minha casa foi atingida, fiquei três dias sozinha lá dentro, sem saber o que fazer. Meus vizinhos me socorreram, e me deram o que comer. Agora sou eu que posso ajudar", ensina.

Enquanto as crianças correm pela casa, os cães de estimação, ainda filhotes, "Sem-teto", "Terra Livre" e "Neguinha" brincam em cima dos colchões na cozinha, que também é quarto e sala. Na cadeira, dois gatinhos pretos também brincam sem cerimônia.

No chão, os colchões convivem com pia, fogão, geladeira, mesa, louça, cadeiras e um televisor. Sem armários, as louças, potes plásticos e panelas ficam empilhados debaixo da pia ou pendurados nas paredes. Nos dois cômodos de chão de cimento, as famílias se organizam para descansar à noite e se alimentarem durante o dia.

Um barracão, construído com lona e vários pedaços de madeira, amplia um pouco o espaço de convívio das dezenas de pessoas que se alojaram na casa de Ana. A maioria delas, sem emprego formal, sai durante o dia para fazer "bicos" e retorna à noite.

Onde foi o quarto de Ana, Marcela, mãe de duas crianças e da bebê Jasmim - de três meses - utilizava a cama da dona da casa para amamentar a filha, quando a reportagem chegou. A jovem mãe contou o drama que viveu quando das inundações que aconteceram no bairro.

Ela afirma que perdeu a casa, demolida pela prefeitura. Marcela diz que, no início de abril, saiu com o marido pela manhã para procurar emprego e, quando voltou, encontrou os móveis para fora e a casa no chão. "Derrubaram a casa de muita gente. Deu desespero, porque não tinha pra onde ir", lembra.

Naquela noite, ela deixou os filhos na casa de conhecidos e passou a noite caminhando sem destino com o marido. Depois, passou alguns dias com a irmã até ir para a ocupação na Vila Curuçá. "Nossa esperança era a ocupação ou a ajuda da prefeitura. Nós não recebemos bolsa-aluguel", cita.

Desalojados do terreno e novamente sem destino, Marcela, os filhos e o marido foram para a casa de Ana. "Eram as famílias que não tinham para onde ir. Iam ficar na rua?", indaga Ana.

Parada cardíaca

Marcos Paulo de 5 anos teve ataque cardíaco e a mãe ainda sofre com depressão: traumas da enchente (Foto: Danilo Ramos)Marcos Paulo corre pelo quintal e faz bagunça com os coleguinhas. Parece feliz no dia de seu aniversário de cinco anos. A mãe, Janaína, fala pouco e caminha de cabeça baixa. Ela sofre de depressão desde que Marcos teve duas paradas cardíacas, ao ver a inundação tomar conta da casa da família, em dezembro passado.

Ana avisa: "ela chora a qualquer momento". E não demora, Janaína abaixa a cabeça e as lágrimas correm. "Eu nem gosto de falar", acentua.

Os colegas explicam que o piso da casa de Janaína cedeu depois da inundação. O filho teria visto a água tomar conta da casa e, assustado, desmaiou. Mais tarde, soube-se que ele teve as paradas cardíacas, porque tem sopro no coração.

Levantando a cabeça, Janaína explica: "Ele disse para a médica: eu acordei e o chão da minha casa tava caindo. Pensei que ia morrer". "Agora, ele 'tá' na psicóloga e o outro [filho] 'tá 'com o corpo cheio de ferida. A minha casa 'tá' rachada, não dá pra voltar lá", lamenta.

Separação
Sebastiana aderiu ao bolsa-aluguel da prefeitura, depois que ficou "com água no peito", durante uma das enchentes que atingiu o Jardim Pantanal e bairros da região do distrito do Jardim Helena.


A casa de Sebastiana foi vítima de enchente e agora pode ser demolida, porque ela aderiu ao bolsa-aluguel da prefeitura. Marido discordou de adesão e casal está separdo (Foto? Danilo Ramos)O marido não estava em casa quando ela tomou a decisão de abrir mão da residência e aceitar o auxílio da prefeitura de R$ 300 por seis meses, em troca da autorização de demolição de sua residência.

Quando chegou em casa e soube da notícia, o marido não aceitou a decisão de Sebastiana. "Ele não gostou e me mandou embora, aí fui para a ocupação e depois vim pra cá", relata, envergonhada. "A enchente despejou nós daqui e a prefeitura despejou de lá", reforça.

Há doze dias ela dorme no chão da casa de Ana. "A gente reveza, dorme de um jeito, depois de outro", explica.

Desordem
Genilda de 22 anos também mora com Ana. Ela, o marido, e três filhos, entre eles uma bebê de cinco meses, também tiveram a casa atingida por enchente. Na mesma casa está também dona Lázara, de 73 anos, quietinha em uma cadeira.


Marcela teve a casa demolida após enchente. Ela, o marido e os filhos vivem com mais 14 famílias (Foto: Danilo Ramos)Parte das roupas das pessoas fica em estantes e guarda-roupas encostados nas paredes. Outra parte das roupas, móveis e objetos fica no quintal de uma vizinha, a duas quadras de distância.

Silvileide e o marido não têm filhos e também não têm casa. Perderam os bens na chuva de fevereiro.

Entre os desabrigados, há quem foi vítima de inundação em dezembro, outros em janeiro e ainda outros que perderam tudo em fevereiro. Durante vários meses, o bairro passou por sucessivas enchentes. Para a maioria dos moradores ouvidos pela reportagem, não foi uma simples cheia. O que eles costumam chamar de "ataque", "desordem" ou "maldade" teria sido resultado do fechamento da barragem da Penha e da abertura da barragem de Mogi das Cruzes.

O fechamento das comportas da Penha aumentou o fluxo de água antes da barragem e causou a inundação de diversos bairros de São Paulo, além de atingir cidades de Grande São Paulo, como Guarulhos e Itaquaquecetuba.

"Naquela chuva forte, fecharam seis comportas da barragem da Penha pra não alagar a marginal. Aí, no fim, alagou a marginal e nós quase morremos afogados aqui também", analisa o aposentado Jair Ribeiro, morador de outro bairro atingido, o Jardim Romano.

A Promotoria de Direitos Humanos apura se as enchentes foram provocadas ou naturais.

Parque

Moradores reclamam que córregos da região estão poluídos e assoreados facilitando inundações (Foto: Danilo Ramos)Outra reclamação recorrente dos moradores é a retirada das famílias, pela prefeitura de São Paulo, para a construção do Parque Linear Várzeas do Tietê. "É só aqui que um parque vale mais que vidas humanas", acusa Sebastiana.

"O que mata é a indignação com o governo. Estão tratando o ser humano como lixo", dispara a dona da casa. "Por que a USP, a (fábrica da empresa) Bauducco podem ficar na beira do rio e os moradores não?", indigna-se.

Segundo os moradores, a instalação do parque, anunciado pela prefeitura há uma semana, vai causar a retirada de milhares de famílias. "Minha casa 'tá' longe do rio, mas dizem que tenho que sair. Querem todo o Jardim Pantanal", diz Ana. Mas, ela avisa: "Não vamos sair até o último segundo".

Mesmo depois de enchentes, perdas e doenças, as famílias abrigadas pela enfermeira Ana, persistem no sonho de voltar a viver no Jardim Pantanal. "As famílias estão cadastradas na subprefeitura. Estamos lutando para que possam seguir a vida cada um em sua casa novamente", incentiva Ana.


Pinçado de:
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidades/casa-abriga-15-familias-desalojadas-no-jardim-pantanal

O caso do suposto dossiê

Do blog do Nassif


À primeira vista, não fazia lógica a história da divulgação do suposto dossiê contra a filha de José Serra, que estaria sendo armado pelo PT.

Primeiro, por ser inverossímil. Com a campanha de Dilma Rousseff em céu de brigadeiro, à troco de quê se apelaria para gestos desesperados e de alto risco, como a divulgação de dossiês contra adversários? Se a campanha estivesse em queda, talvez.

Além disso, os dados apresentados pela Veja, repercutidos pelo O Globo, eram inconsistentes. Centravam fogo em Luiz Lanzetta, que tem uma assessoria em Brasília que serve apenas para a contratação de funcionários para a campanha de Dilma – assim como Serra se vale da Inpress e da FSB para suas contratações.

Serra atacou Lanzetta, inicialmente, através de parajornalistas usualmente utilizados para a divulgação de dossiês e assassinatos de reputação. Só que há tempos caíram no descrédito e os ataques caíram no vazio. Serviram apenas como aviso.

Aí, se valeu da Veja que publicou uma curiosa matéria em que dava supostos detalhes de supostas conversas sobre supostos dossiês, mas nada falava sobre o suposto conteúdo do suposto dossiê.

Até aí, é Veja. Mas os fatos continuaram estranhos.

Há tempos a revista também caiu em descrédito tal que sequer suas capas são repercutidas pelos irmãos da velha mídia. Desta vez, no entanto, entrou O Globo, inclusive expondo a filha de Serra – como suposto alvo do suposto dossiê. Depois, o próprio Serra endossando as suposições, em um gesto que, no início, poucos entenderam. A troco de quê deixaria de lado o «Serra paz e amor» para endossar algo de baixa credibilidade, em uma demonstração de desespero que tiraria totalmente o foco da campanha?

Havia peças faltando nesse quebra-cabeças. Mas os bares de Brasília já conheciam os detalhes, que acabaram suprimidos nesse festival de matérias e editoriais indignados sobre o suposto dossiê.

A história é outra.

Quando começou a disputa dentro do PSDB, pela indicação do candidato às eleições presidenciais, correram rumores de que Serra havia preparado um dossiê sobre a vida pessoal de seu adversário (no partido) Aécio Neves.

A banda mineira do PSDB resolveu se precaver. E recorreu ao Estado de Minas para que juntasse munição dissuasória contra Serra. O jornal incumbiu, então, seu jornalista Amaury Ribeiro Jr de levantar dados sobre Serra. Durante quase um ano Amaury se dedicou ao trabalho, inclusive com viagens à Europa, atrás de pistas.

Amaury é repórter experiente, farejador, que já passou pelos principais órgãos de imprensa do país. Passou pelo O Globo, pela IstoÉ, tem acesso ao mundo da polícia e é bem visto pelos colegas em Brasília.

Nesse ínterim, cessou a guerra interna no PSDB e Amaury saiu do Estado de Minas e ficou com um vasto material na mão. Passou a trabalhar, então, em um livro, que já tem 14 capítulos, segundo informações que passou a amigos em Brasília.

Quando a notícia começou a correr em Brasília, acendeu a luz amarela na campanha de Serra. Principalmente depois que correu também a informação de um encontro entre Lanzetta e Amaury. Lanzetta jura que foi apenas um encontro entre amigos, na noite de Brasília. Vá se saber. A campanha do PT sustenta que Lanzetta não tem nenhuma participação na campanha.

Seja como for, montou-se de imediato uma estratégia desesperada para esvaziar o material. Primeiro, com os ataques iniciais a Lanzetta, que poucos entenderam o motivo: era uma ameaça. Depois, com a matéria da Veja.

A revista foi atrás da história e tem, consigo, todo o conteúdo levantado por Amaury. Curiosamente, na matéria não foi mencionado nem o nome da filha de Serra, nem o do repórter Amaury Ribeiro Jr. nem o conteúdo do suposto dossiê.

O Globo repercutiu a história, dando o nome da filha de Serra, mas sem adiantar nada sobre o conteúdo das denúncias – medida jornalisticamente correta, se fosse utilizada contra todas as vítimas de dossiês; mas só agora lembraram-se disso.

Provavelmente Veja sairá neste final de semana com mais material seletivo do suposto dossiê. Mas sobre o conteúdo do livro, ninguém ousa adiantar.


Pinçado de:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-caso-do-suposto-dossie

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O uso do impostômetro


Serra é um candidato sem proposta e sem discurso, mas conta com setores fortes da sociedade que estão sempre alertas procurando em que se apegar para ajudá-lo, e a bola da vez é a carga tributária. Pesquisas realizadas mostraram que esse é um descontentamento popular e é nisso que eles vão agora se apegar para tentar virar o jogo já perdido. Se você é um dos que estão descontentes com a carga tributária brasileira, não se esqueça que ela teve seu maior aumento no governo em que o Serra, que vai tentar fazer dela sua plataforma, era ministro do planejamento. Temos aqui uma boa matéria sobre o assunto. Não quero entrar no mérito da questão, meu pensamento sobre o assunto, embora um pouco tosco, está aqui. Só quero deixar aqui duas perguntas: quando acabaram com a CPMF, o que tirou muito dinheiro da saúde, você sentiu alguma melhora nos preços? E quando os governos concedem isenções de impostos para que empresas se instalem em seu estado ou município, por períodos que podem chegar a 30 anos de isenções, elas repassam essas reduções ao preço final dos produtos por elas fabricados? Não se deixem enganar, pois os mesmos economistas que se queixam agora da carga tributária, são os que a poucos meses diziam que já era hora do governo voltar a cobrar o IPI, sob pena de aumentar a demanda gerando inflação.
Everardo Maciel, que foi secretário da receita federal no governo FHC fala sobre o assunto aqui, vale a pena acompanhar sua entrevista.

Escrito por Sandro Stahl

terça-feira, 1 de junho de 2010

A postura de Hilary Clinton

Hillary em relação ao programa nuclear do Irã

Hillary em relação ao estado terrorista de Israel

José Serra, os porquinhos e a matemática.

Esses videos mostram como se faz necessário a saída do sapo barbudo analfabeto e ignorante, para a entrada de alguém culto e versado em todos os assuntos.

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Não é novela mas se quiser seguir fique a vontade