Tudo junto e misturado


quarta-feira, 19 de março de 2014

Reflexões Ontológicas

Linguagem o que representa?
Um conjunto de caracteres e sons que formam a sintaxe.
Ou milhares de anos de uma vertiginosa história de evolução e disputa?
Vivemos em uma torre de babel urbana.
Na qual existem três poderes interdependentes.
O político, o econômico e o linguístico.
Além da ordem mórfica, ainda há a censura tácita.
Não posso dizer nada além das prescritas convenções sociais.
Se falo demasiadamente, sou inconveniente.
Se me calo, não estou adequadamente socializado como os demais.
Nos bairros pobres, ouço assassinarem nossa língua portuguesa.
Com erros grotescos de conjugação verbal e gírias.
Praticamente tudo o que é dito é reduzido ao singular.
Nos logradouros da alta estirpe.
Vejo um português perfeito, polido com tamanho esmero.
 A ponto de tornar-se reluzente aos ouvidos.
O serviçal admira a articulação veloz e melindra dos reis.
Estes nasceram para ordenar.
Pois ordens devem ser ditas com autoridade gramatical.
Somos chameleons speakers.
No trabalho tenho que me ater à formalidade.
Em todo curriculum vitae é imprescindível dominar outros idiomas.
Poliglotas são os deuses no mercado.
Numa entrevista de emprego, gerundismo e pleonasmo são fatais.
Nas redes sociais, sou logo descartado, se iniciar com um deslize ortográfico esdrúxulo.
Em uma roda de bar, sou classificado como altivo, caso siga o padrão culto.
O modo como falamos não evidencia apenas nossa origem.
Mas também o grupo a que pertencemos e a etiqueta comportamental deste.
Com descomunal importância dada à forma, a comunicação se reduz a um simples adorno.
A pergunta que me faço, diante da rigorosidade linguística é,
Na sociedade atual, qual é o valor de um analfabeto?
Certamente um peso inestimável para o estado, para a economia e para a sociedade.
Sobretudo, porque podem isentar-se do voto.
E não são capazes de compreender outdoors e tornarem-se potenciais consumidores de bobagens.
Muitas palavras, muitas vezes não dizem nada.

É apenas uma reprodução incessante de algo padronizado.

Vinícius Del Poço

José Serra, os porquinhos e a matemática.

Esses videos mostram como se faz necessário a saída do sapo barbudo analfabeto e ignorante, para a entrada de alguém culto e versado em todos os assuntos.
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Não é novela mas se quiser seguir fique a vontade