Racionalização
O estado
racionaliza sua ação e "culpabiliza" o povo.
O povo rebate a
acusação e a joga sobre os ombros do estado.
É incrível como
ainda prevalece a moral de rebanho nietzschiana.
As ovelhas
seguem as ovelhas.
Por que não
seguem um cavalo ou um cachorro?
Para onde a
corrente me levar eu irei?
Para onde o vento
soprar- me seguirei.
A sociedade nos
condicionou a ser imediatistas.
Não ponderamos,
nem deliberamos.
Simplesmente
somos velozes.
Correr rápido,
ser produtivo.
Para depois
alimentar os vermes com nossa matéria gratuitamente penhorada?
É impossível
aceitar o inaceitável.
A realidade se
contrapõe a vontade social e individual.
Racionalizamos
nossa existência finita e morbidamente comum.
E nossa
incapacidade de ser vivo concomitantemente mortal.
Devemos
aprender a lidar com o impossível.
Limitar nosso
repertório de possibilidades.
Os motivadores
motivam a destruição.
Compelem a
supremacia da desigualdade.
O que são os
desejos?
Desejos, fonte
vital e fúnebre.
Desejamos o
tempo todo.
É uma
necessidade antrópica.
O que nos move,
atemoriza e vigoriza.
A finalidade
última de toda a ação.
São bem vindas
virtudes, execradas todas as imperfeições.
Algo perfeito é
algo estático e amorfo.
Ninguém evolui
no estágio máximo.
Pois é um
limite com avanço limitado.
O inferior é um
estágio de retrocesso limitado e progresso ilimitado.
Essa é uma
afirmação lógica e evidente.
O niilismo é
isso, a ideia representativa do simples segredo da vida.
O segredo é que
não há segredo algum.
É face ambígua,
regozijo e frustação.
Prudência e
satisfação não podem conviver harmoniosamente.
Alguns se
realizam, outros se perpetuam à decrépita vontade.
Caminhos
estreitos ou largos.
Solitários ou
comungados.
Seguros ou
arriscados.
Prolixos ou
milimetricamente curtos.
Ética e moral.
Palavras que
poucos conhecem o cerne.
A maior parte
da humanidade tem uma opinião intuitiva acerca destas.
O pouco
entendimento que há, excomunga-se diante de abjuração de desejo.
Potência é
individual, no entanto, ato é social.
Às vezes sou o
que não quero ser, mas desejo que outros sejam o que eu quero.
Não me contento
com insucesso.
Por conseguinte
instigo o sucesso sobre outro corpo e outra alma.
Não haveria
movimento, se não houvesse dialética.
Pois uma coisa
existe quando outra não existe.
Dois corpos não
ocupam o mesmo lugar no espaço.
Só pensamos em
vida quando a parafraseamos com a morte.
Deveriam nos
ensinar a nos ensinarmos autonomamente.
Ser
independente de exterioridade.
Chegar ao
estado ataráxico é a perfeição completa.
Porque ser
perfeito é fugir do estigma do alto desempenho.
Das conquistas
concupiscentes e gloriosas.
O sábio vive
sozinho.
É assim que
encontra seu próprio caminho.
Quando encontra
a si mesmo.
Será humilhado
quem exaltar-se.
E exaltado quem
humilhar-se diante da verdade.