Tudo junto e misturado


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Liberdade de imprensa 2

Do Brasil econômico - Por Ricardo Galuppo

Mais uma vez, a voz da concorrência se ergue contra a Ejesa, empresa jornalística que edita o Brasil Econômico e é proprietária de O Dia, no Rio de Janeiro. Desta vez, o ataque partiu da Folha de S. Paulo — que paga o salário da presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Judith Brito.




Talvez para não deixar nas mãos das Organizações Globo (empresa a cujos interesses a ANJ está subordinada) o papel exclusivo de tentar impedir que um novo concorrente se consolide no mercado, a Folha de S. Paulo publicou ontem uma extensa reportagem sobre o grupo português Ongoing (dono de 30% da Ejesa) e seus negócios no Brasil.

Em tempo: Globo e Folha dividem o controle do principal concorrente do Brasil Econômico, o Valor Econômico. A reportagem, mais uma vez, toma a parte pelo todo e confunde a Ejesa com um de seus acionistas.

Citando uma auditoria aberta pelo Ministério Público Federal a pedido da entidade presidida por sua funcionária Judith Brito, a Folha de S. Paulo partiu para o ataque.

São tantas mentiras, tantas tolices e tantas baboseiras distribuídas por uma página e meia do jornal que seria enfadonho responder a cada uma delas. A mais gritante diz respeito à suposta compra, no Distrito Federal, de um jornal chamado Alô Brasília.

A Folha de S. Paulo garante que 49% do jornal já pertencem à Ejesa. Não existe, no entanto, qualquer acordo, acerto, ensaio ou negociação nesse sentido. Mas, para a Folha de S. Paulo, a verdade é o que menos interessa.

O ataque da Folha de S. Paulo não causa espanto. Esperar que aquele diário pratique jornalismo sério é o mesmo que imaginar a hipótese de a torcida do Palmeiras vibrar com uma eventual conquista do título brasileiro pelo Corinthians. Não há possibilidade de isso acontecer.

A história da Folha de S. Paulo e da empresa que a edita fala por si mesma. O chamado Grupo Folha era, no passado, conhecido pelas ligações estreitas de seu proprietário, Octavio Frias de Oliveira, com os órgãos de repressão da ditadura.

Tanto isso é verdade que circula entre os jornalistas a história de que um dos títulos da casa, a Folha da Tarde, era, na época da ditadura militar, o jornal de maior "tiragem" do Brasil. Não porque imprimisse mais exemplares do que os concorrentes, mas porque empregava em sua redação uma grande quantidade de "tiras".

Depois dos expedientes nos porões da repressão, e alguns talvez até trazendo ainda as mãos sujas com o sangue dos prisioneiros que torturavam, os policiais/jornalistas iam para a redação do jornal e deixavam suas armas sobre a mesa enquanto datilografavam seus textos.

Um desses textos foi publicado no dia 20 de dezembro de 1975. Sob a manchete "Desbaratada a gangue do nazismo vermelho", o jornal trazia, em oito páginas, a reprodução do Inquérito Policial Militar (IPM) com a versão da ditadura para a morte do jornalista Vladimir Herzog.

O texto acusava companheiros de Vlado, presos na mesma época, de responsáveis por sua morte.

Por volta de 1978, a Folha de S. Paulo, certamente por perceber que o país evoluiria para a democracia, deu uma guinada radical. E, como sempre acontece com os vira-casacas, passou a defender as novas convicções com tanto ímpeto que deu a impressão de que sempre esteve ao lado da democracia.

Mas, no fundo, nunca mudou de lado. Tanto que, em fevereiro de 2009, o jornal expôs o ponto de vista que ainda está incrustado na cabeça de sua direção ao chamar de "ditabranda" os anos sofridos da ditadura.

E mais: ao longo da campanha presidencial deste ano, mais uma vez deu crédito aos IPM da repressão ao tentar colar na figura da então candidata Dilma Rousseff a pecha de "terrorista".

Era assim que os porões se referiam aos adversários do regime. Tristes e vergonhosos, esses episódios expõem a verdadeira face da Folha de S. Paulo, um jornal que ilude seus leitores tentando se fazer passar pelo que não é.

A defesa que faz da democracia, da ética e da honestidade é de viés udenista: cobra dos outros uma postura que o próprio jornal não adota.

Todo o verniz democrático não passa de uma cortina de fumaça para que — exatamente como fez na reportagem que visa atingir a Ejesa — o jornal defenda posições ditatoriais, oportunistas e chauvinistas, sempre de olho em seus próprios interesses comerciais e concorrenciais.

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Ricardo Galuppo é diretor de redação do Brasil Econômico

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Consumado - Arnaldo Antunes

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Agora os "miseráveis" vão voar, é só o que faltava

Acabo de ver que milhões de brasileiros viajarão de avião nesse fim de ano, causando atrasos e movimento intenso nos aeroportos. Ai ai, como diria Luiz Carlos Prates: culpa desse governo espúreo que permite através do emprego e da distribuição de renda, que "miseráveis" que nunca leram um livro voem de avião, como se já não bastasse entupirem as rodovias. Onde é que vamos parar? Marcelo Madureira, Carlos Vereza e outros mais, devem estar se mordendo de raiva.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Após oito anos de governo Lula, seus irmãos uterinos vivem modestamente.

Do blog Pra discutir o Brasil

O presidente Lula foi o chefe de quadrilha, como quer a imprensa, que não enricou durante o seu governo e sequer utilizou do cargo para ajudar familiares. Diferentemente de milhares de políticos nas administrações municipais e estaduais que loteiam setores do governo que comandam com cargos em comissão, colocando parentes em postos chaves da administração, prática que se repete com demasiada frequência também no legislativo e no judiciário, Lula manteve a postura republicana de não misturar o público com o privado. Basta citar o senado federal, alvo de recente escândalo a envolver o presidente da casa que tinha netos, familiares e até agregados na folha de pagamento daquela vetusta instituição. Nem mesmo burlou a lei do nepotismo que proibe a contratação de parentes, como poderia ter feito, bastando usar de sua influência junto a centenas de aliados que estão à frente de governos de estado e de prefeituras municipais, ou ainda solicitar a empresários que abrissem oportunidades de emprego para seus familiares, muitos dos quais realmente em estado de necessidade. Desafia-se outro presidente que tenha tido a mesma postura do atual mandatário da nação. Se fosse feita uma varredura nas administrações públicas, estaduais e municipais, encontraríamos aos milhares, casos de familiares lotados às expensas do poder público, pagos com dinheiro do contribuinte. Ao nosso presidente este direito não foi dado, nem ele se movimentou em busca de tirar proveito em benefício de familiares. Até recentemente era comum encontrar nos gabinetes de parlamentares, nas Secretarias de Estados e de Municípios, no poder juduciário, campeão da prática de nepotismo, parentes se locupletando de cargos comissionados que lhes eram oferecidos com base apenas no sobrenome, às vezes conseguindo efetivar-se sem antes passar pelo crivo de um concurso público. Hoje a prática persiste dissimuladamente, acobertada pelo pomposo nome de nepotismo cruzado. Como o parente não pode está lotado diretamente no gabinete de um parlamentar, de um juiz, de um tribunal presidido por magistrado que tenha grau de parentesco vetado por lei, encontra-se um modo sutil de burlar a lei, empregando o familiar noutra prefeitura, noutro tribunal, noutro gabinete parlamentar, numa troca de favores que faz da lei apenas vitrine para inglês ver, como se diz costumeiramente. Nada impediria o presidente de pedir a um governador que lotasse um ou vários familiares na máquina pública de qualquer estado ou município da federação. Não tenho dúvidas de que seria prontamente atendido. Não haveria nenhum impedimento legal. Poderia, se quisesse também, fazer valer de sua influência junto ao empresariado para obter favores, no intuito de ajudar familiares com empregos bem remunerados. A "gentileza" de atender a um pedido do presidente, seria concedida sem nenhum obstáculo. A filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, esteve durante anos na folha de pagamento do Senado Federal, lotada no gabinete do senador, em fim de mandato, Heráclito Fortes, sem jamais ali aparecer para bater ponto. Veio a cair em desgraçada, por ocasião do escândalo Agaciel Maia. Não fosse isso, até hoje estaria recebendo da viúva. Qualquer senador do PT ou deputado poderia empregar um irmão do presidente em seu gabinete, pra servir café, se fosse o caso. No entanto, nenhum irmão do presidente obteve do poder público, por meio da influência de Lula ou de terceiros o benefício de fazer parte da folha de pagamento da máquina pública, seja estadual, municipal, da união, do poder legislativo ou do judiciário. Por atitudes assim, pequenas na aparência, grandes no gesto, que faz de Lula um Estadista. O jornal Folha de São Paulo, especialista em buscar pêlo em ovos, foi averiguar a quantas andam a vida dos irmãos do presidente, após oito anos de governo Lula. Nunca foram saber de algo semelhante dos governos tucanos, varão de plutarco, paladinos da moral e dos bons costumes, verdadeiras vestais da administração pública. O repórter escalado para inglória tarefa, surpreendeu-se com os modos espartanos de vida dos irmãos do presidente. Quem se interessar, segue o link, basta colar e copiar. (http://www1.folha.uol.com.br/poder/830582-apos-8-anos-irmaos-de-lula-mantem-vida-modesta.shtml) Aos poucos a verdade aparece. Será plena quando nosso presidente passar o cargo para a sua sucessora. Aí, finalmente, não sobrará nenhuma dúvida de que tinhamos um presidente republicano, conduzindo os destinos da nação. Lula deixará saudades. Não teremos uma liderança de seu porte em décadas no por vir, o vacúo tão cedo não será preenchido, mas ficará como parâmetro para os futuros governos.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O método TRI, segundo a ONU

Do blog do Luis Nassif

Da Agência Brasil

ONU: metodologia aplicada no Enem garante isonomia mesmo que prova seja reaplicada

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil informou, por meio de nota, que a metodologia aplicada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – a Teoria de Resposta ao Item (TRI) – garante a isonomia das provas, ainda que elas tenham de ser aplicadas em períodos diferentes.

De acordo com o órgão, a metodologia apresenta amplo respaldo na literatura científica internacional e tem sido utilizada em um conjunto importante de avaliações conduzidas por organismos internacionais.


Uma das vantagens da TRI, segundo a ONU, é a possibilidade de elaboração de provas diferentes para um mesmo exame, que podem ser aplicadas em qualquer período do ano, para grupos distintos, mas com o mesmo grau de dificuldade.

"Vale ressaltar ainda que a metodologia da TRI prioriza o uso de habilidades reflexivas e analíticas em detrimento da memorização de conteúdos, o que representa um avanço importante em relação a outros modelos de avaliação", diz a nota.

Após problemas registrados durante a aplicação do Enem no último fim de semana, a Justiça Federal do Ceará suspendeu o exame e defende que as provas sejam reaplicadas para todos os candidatos. Já o Ministério da Educação quer que apenas os candidatos que foram prejudicados tenham o direito de fazer uma nova avaliação.

Edição: Juliana Andrade

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Black Sabbath Paranoid

Se eu fosse escrever alguma coisa aqui, seria pra xingar os jogadores do meu time que naõ marcaram o Dentinho e depois ficaram fazendo beicinho porque o cara fez uma jogada de efeito, muito bonita por sinal. Mas como eu não quero xingar ninguém, ainda que façam eu passar vergonha à quatro anos, preferi botar um Black Sabbath pra gente curtir. Quanto ao meu time, quem sabe no ano que vem.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

MENTIRAS QUE O POVO GOSTA EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO



Autor: Antonio Barreto, natural de Santa Bárbara/BA,
residente em Salvador.

O discurso é sempre igual
Em período de eleição.
O povo segue enganado,
Não esboça reação.
E os políticos brasileiros
Com a mesma falação:

— Se você quiser na Câmara
Um político honrado,
Vote certo para mim:
Estarei sempre ao seu lado.
Provarei ao eleitor
Ser um grande Deputado.


— Representarei você,
Meu querido eleitor.
No Congresso a minha voz
Será de grande valor.
Não esqueça de honrar
Seu voto pra Senador.

— Ninguém melhor do que eu
Para governar o país,
Eu farei do brasileiro
Um povo mais que feliz.
Todos erros do passado
Cortarei pela raiz.

— Eu garanto, meus amigos,
Acabar com a pobreza;
No meu governo as pessoas
Vão ter uma farta mesa,
Transformarei o Brasil
Numa pátria de riqueza.”

— Se você é um cristão,
Sempre fiel a Jesus,
Confie na minha palavra,
Ao seu voto farei jus;
No meu governo eu garanto:
Acabo a fila do SUS.

— Quanto ao Salário Mínimo,
Vocês não vão reclamar,
Brigarei lá no Congresso
Com qualquer parlamentar
Para assegurar a todos
Um aumento exemplar.

—Vou lutar pra conseguir
Igualdade social;
Agora a Reforma Agrária
Será um sonho real:
Darei terras para os pobres
De toda zona rural.

— Caixa Dois, Grampo, Propina,
Panetone, Mensalão,
Nepotismo, intransparência:
Nada de corrupção.
Vou dar fim nessas mazelas
Durante minha gestão.

— No meu governo, eleitor,
Vou construir hospitais;
Doentes terão remédio,
Cirurgia e tudo mais.
Vote certo para mim,
Que não falharei jamais.

— Apoiarei os pedidos
Ligados à cassação
Para punir os corruptos
Desta querida Nação.
Eu farei o impossível
Pra prender qualquer ladrão.

— A minha gestão será
De progresso e melhorias.
Eu vou ajudar os pobres,
Construindo moradias,
Pois meu governo será
Dedicado às minorias.

— Lutarei para cortar
Gastos, gratificações
E os aumentos abusivos
Para os grandes “escalões”.
Quem acreditar em mim
Não terá decepções.

— Meu programa de governo
Define com precisão
De como governarei,
Dando total atenção
À saúde, ao desemprego,
À cultura e à educação.

— Eleitor do meu Brasil,
Este aqui você conhece,
Sou político benfeitor
Que o povo nunca esquece.
Pra toda dificuldade,
Este bravo se oferece.

— Vou apresentar projetos
Úteis aos educadores;
Eu darei prioridade
Aos sofridos professores:
Cumprirei essa promessa
Aos meus fiéis eleitores.

— Durante minha gestão,
Fique despreocupado;
Saiba, meu caro eleitor,
Que sou bem intencionado;
Governarei para o pobre,
Que vive desamparado.

— Eu vou extinguir a fome,
Corrupção, violência;
Mostrarei aos eleitores
Toda a minha competência
Porque tudo que nos falta
É vontade e consciência.

— Vou investir, meus amigos,
Na sofrida Educação,
Abrirei muitas escolas
Na capital, no sertão:
Jamais analfabetismo
Haverá nesta Nação.

— Vou cumprir com altivez
As promessas de campanha;
Fazendo um governo sério
Sem permitir artimanha,
Pois comigo não tem “pizza”
“panetone ou “lazanha”!

— Honrarei o meu mandato
Em prol da democracia;
A imprensa será livre,
Pois ela nos auxilia,
Denunciando as mazelas
Presentes à luz do dia.

— As estradas do Brasil
Serão todas restauradas;
Ferrovias esquecidas:
Logo, logo reativadas;
As ruas cheias de lama
De pronto, serão calçadas.

— Ética, moralidade,
Transparência e justiça
São lemas do meu governo,
Pois odeio gente omissa.
Quem não “comungar” comigo,
Vai “rezar em outra missa”.

— Minha virtude maior
É possuir humildade,
Nunca fui um arrogante,
Nunca fiz perversidade,
Pelos meus cabelos brancos:
Já demonstro honestidade!

— Quando chegar em Brasília,
Não esquecerei vocês;
Voltarei à minha terra
Com alegria e honradez,
Provando a meus eleitores:
Pobre não vira burguês!

Brasileiro, brasileira,
Acorde pra realidade.
Reconheça que o Brasil
Requer mais seriedade.
Escolha bem o seu “gado”
Tendo em vista o seu passado
Ou então: adeus, saudade!!!

FIM

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Yanni - The Storm

Os novos ventos pós campanha

Do blog do Nassif

Coluna Econômica

Nos últimos dias, a futura presidenta Dilma Rousseff concedeu uma conjunto de entrevistas a emissoras de televisão e, ontem, em uma coletiva de imprensa.

Foi curiosa a reação dos comentaristas em geral. Muitos elogios, a constatação de que ela não era bem aquilo que se julgava que fosse, referências à clareza de idéias, a afirmação de que, finalmente, se sabe o que ela pensa.

E o que se viu foi a mesma Dilma Ministra das Minas e Energia, Ministra-Chefe da Casa Civil e candidata a presidente da República, com as mesmas idéias e propostas.

***

Ontem mesmo, no Valor Econômico, o presidente do Bradesco Luiz Carlos Trabucco Capi mostrava o que deverá ser o governo Dilma: investimento social, uso do pré-sal para políticas industriais e sociais, ênfase em programas tipo Minha Casa, Minha Vida. Ou seja, para o presidente do segundo maior banco privado brasileiro, nunca houve dúvidas maiores sobre como seria um governo Dilma.

***

No entanto, durante toda a campanha, Dilma foi apresentada como assassina, terrorista, sapatão, matadora de criancinhas, chefe de quadrilha, anti-religião etc. Qualquer tentativa de mostrar que não era isso resultava em reações agressivas, preconceituosas.

O que teria ocorrido para, apenas dois dias depois, ser saudada como uma presidenta de bom senso, no qual os mesmos jornais depositam esperanças de um bom governo.

Simples: acabaram as eleições.

***

Essa mudança radical de tratamento obriga a uma reflexão sobre os estilos de campanha eleitoral no Brasil.

A oposição enfrentou grandes problemas para definir uma linha programática, dado o grau de aprovação ao governo de Lula. Julgou que o único caminho seria o da desconstrução da imagem de Dilma. Poderia ter feito no campo administrativo, na falta de vivência eleitoral, insistido na tese de que a candidatura foi criada por Lula, que a falta de prática política poderia dificultar o futuro governo.

Resolveu ir além. Indo, rompeu com todos os limites da crítica.

A campanha terrível, nos programas eleitorais, por emails, telemarketing, deve ter permitido uns cinco pontos a mais para José Serra. Mas e o preço?

Eleita presidenta, em pouco tempo Dilma desmanchará essa imagem criada no ardor da campanha. Ontem mesmo, sem o peso da campanha, sem os ataques terríveis contra sua honra, viu-se uma mulher normal, simpática, à vontade, ganhando elogios dos antigos críticos.

***

À medida que seu governo caminhe, será alvo de críticas e elogios normais, não de apologias ou infâmias. E, como 80% da população aprova a política de governo.

Já o preço pago pela oposição será pesado. Agora mesmo, os mesmos eleitores que acreditaram na campanha negativa abrem os jornais, revistas, assistem pela TV entrevistas ou comentários sobre a presidenta eleita e percebem que foram ludibriados.

Levará algum tempo para se desfazer a pesada cortina de preconceitos criadas pela campanha, o componente religioso, o tratamento oportunista dado à questão do aborto. Mas, principalmente, dificultará a reconstrução da oposição.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Iron Maiden confirma seis shows no Brasil em 2011


Mais dos que acostumados com os palcos brasileiros, o Iron Maiden divulgou em seu site oficial, nesta terça-feira, que fará mais uma turnê ao redor do globo. A excursão, que começa no dia 11 de fevereiro na Rússia, passa por Cingapura, Indonésia, Austrália, Coreia, Japão, México, Colômbia e Peru antes de finalmente desembarcar no Brasil.

O primeiro show da nova passagem do grupo de Bruce Dickinson acontece no dia 26/3 no Estádio do Morumbi, em São Paulo. De lá, a banda segue para Rio de Janeiro (HSBC Arena - 27/3), Brasília (Nilson Nelson - 30/3), Belém (Parque de Exposições - 1/4), Recife (Parque de Exposições - 3/4) e Curitiba (Expotrade - 5/4).

As datas anunciadas ainda contam com shows no Chile, Porto Rico, Estados Unidos, Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia e uma nova passagem pela Rússia, no dia 10 de julho.

"Será um setlist diferente nesta turnê. Claro que vamos tocar mais músicas do novo álbum e outro material recente. Teremos uma dose saudável das antigas favoritas", disse Bruce Dickinson em texto publicado no site oficial.


Redação Terra

Xenofobia



Esse video é composto por mensagens enviadas via twitter por pessoas preconceituosas que envergonham nosso país.
Em uma das mensagens a pessoa classifica o nordestino como despolitizado por não ler jornais. Eu diria aos ditos "politizados" de São Paulo, que além dos jornais leiam também os diários oficiais, e assim saberão quanto o governo paulista paga para os jornalões ajudarem a formar a opinião de imbecis como estes seres desprezíveis mostrados no vídeo acima.

domingo, 31 de outubro de 2010

Peter Frampton - Breaking All The Rules

Já há quase um ano venho dedicando esse blog, quase que exclusivamente a disputa eleitoral que se encerra hoje, espero que com a vitória da Dilma e do povo brasileiro. Agora o blog volta a ser o que diz o título, que aliás, foi plagiado pelo humorístico da Globo, sem deixar de falar de política, tudo junto e misturado.
Então vai aí um video (se você é do tempo das memoráveis propagandas de hollywood, vai se lembrar) com a excelente música de Peter Frampton, até pra dar uma relaxada. Então, até a vitória de Dilma.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Serra não mamãe

SERRA NÃO MAMÃE by serranaomame

Para destroçar o país

Se você quer ver seu país em ruína, vote nele

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Porque votar Serra



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O dia em que até a Globo vaiou Ali Kamel

Do blog O escrevinhador

Passava das 9 da noite dessa quinta-feira e, como acontece quando o “Jornal Nacional” traz matérias importantes sobre temas políticos, a redação da Globo em São Paulo parou para acompanhar nos monitores a “reportagem” sobre o episódio das “bolinhas” na cabeça de Serra.

A imensa maioria dos jornalistas da Globo-SP (como costuma acontecer em episódios assim) não tinha a menor idéia sobre o teor da reportagem, que tinha sido editada no Rio, com um único objetivo: mostrar que Serra fora, sim, agredido de forma violenta por um grupo de “petistas furiosos” no bairro carioca de Campo Grande.

Na quarta-feira, Globo e Serra tinham sido lançados ao ridículo, porque falaram numa agressão séria – enquanto Record e SBT mostraram que o tucano fora atingido por uma singela bolinha de papel. Aqui, no blog do Azenha. você compara as reportagens das três emissora na quarta-feira. No twitter, Serra virou “Rojas”. Além de Record e SBT, Globo e Serra tiveram o incômodo de ver o presidente Lula dizer que Serra agira feito o Rojas (goleiro chileno que simulou ferimento durante um jogo no Maracanã).

Ali Kamel não podia levar esse desaforo pra casa. Por isso, na quinta-feira, preparou um “VT especial” – um exemplar típico do jornalismo kameliano. Sete minutos no ar, para “provar” que a bolinha de papel era só parte da história. Teria havido outra “agressão”. Faltou só localizar o Lee Osvald de Campo Grande. O “JN” contorceu-se, estrebuchou para provar a tese de Kamel e Serra. Os editores fizeram todo o possível para cumprir a demanda kameliana. mas o telespectador seguiu sem ver claramente o “outro objeto” que teria atingido o tucano. Aliás, vários internautas (como Marcelo Zelic, em ótimo vídeo postado aqui no Escrevinhador) mostraram que a sequência de imagens – quadro a quadro – não evidencia a trajetória do “objeto” rumo à careca lustrosa de Serra.

Mas Ali Kamel precisava comprovar sua tese. E foi buscar um velho conhecido (dele), o peritoRicardo Molina.

Quando o perito apresentou sua “tese” no ar, a imensa redação da Globo de São Paulo – que acompanhava a “reportagem” em silêncio – desmanchou-se num enorme uhhhhhhhhhhh! Mistura de vaia e suspiro coletivo de incredulidade.

Boas fontes – que mantenho na Globo – contam-me que o constrangimento foi tão grande que um dos chefes de redação da sucursal paulista preferiu fechar a persiana do “aquário” (aquelas salas envidraçadas típicas de grandes corporações) de onde acompanhou a reação dos jornalistas. O chefe preferiu não ver.

A vaia dos jornalistas, contam-me, não vinha só de eleitores da Dilma. Há muita gente que vota em Serra na Globo, mas que sentiu vergonha diante do contorcionismo do “JN”, a serviço de Serra e de Kamel.

Terminado o telejornal, os editores do “JN” em São Paulo recolheram suas coisas, e abandonaram a redação em silêncio – cabisbaixos alguns deles.

Sexta pela manhã, a operação kameliana ainda causava estragos na Globo de São Paulo. Uma jornalista com muitos anos na casa dizia aos colegas: “sinto vergonha de ser jornalista, sinto vergonha de trabalhar aqui”.

Serra e Kamel não sentiram vergonha.

A mentira tem pernas curtas mesmo

Só rindo um pouco

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Como um meteorito

Pingos nos "is"

Do Brasil Econômico - Por José Dirceu


O governo aumentou o IOF de aplicações estrangeiras para conter a "guerra cambial" que tem sido alimentada. O ponto nevrálgico desse embate se dá entre EUA e China, com o primeiro rodando dólares para ampliar a liquidez da moeda e tentar resolver seus problemas econômicos e o segundo atrelando sua moeda (iuane) ao dólar para se defender da tática americana.

No Brasil, há um tipo de análise que defende a desvalorização do dólar e nosso alinhamento aos EUA na pressão pela valorização do yuan. O argumento é que perdemos na relação comercial com os chineses toda vez que o yuan acompanha o dólar.

Esconde-se, contudo, que são os EUA que querem impor ao mundo o custo do reajuste de sua economia. Esconde-se também que o câmbio valorizado no Brasil é herança dos anos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que dobrou a dívida interna e operou com juros elevados para manter um câmbio fixo que já se sabia, há muito, insustentável.

Essa "queda de braço cambial" tende a prevalecer até a reunião do G20, em novembro. Nesse encontro, todos os países devem chegar a uma proposta de consenso que possibilite a retomada do crescimento em âmbito mundial, não apenas para a Europa e os EUA. Até lá, cabe ao Brasil defender sua economia e moeda, o que já deveria ter sido feito há algum tempo.

Mas é preciso também pôr os "pingos nos is" em relação a outro problema que tem se agravado com a questão cambial: uma nova guerra fiscal, envolvendo produtos importados. Trata-se de engenharia tributária para tornar atraente a circulação de mercadorias em seus territórios.

O recurso é sempre redução do ICMS pelos estados, prática que também ganhou força sob FHC. Os resultados são nocivos à produção.

O governo Lula encaminhou ao Congresso uma proposta para mexer no cerne dos desequilíbrios fiscais entre os estados, que alimentam essas guerras fiscais: o modo de se cobrar o ICMS. Mas os tucanos impediram a aprovação da reforma tributária, criando obstáculos em movimento capitaneado pela bancada paulista do PSDB, sob orientação do então governador José Serra.

Se aprovada, a nova legislação acabaria com a guerra fiscal que permite a abertura às importações. E baixaria a carga de impostos no país, acabando com a tributação em cascata e transformando o ICMS em IVA (Imposto sobre Valor Agregado), a ser cobrado apenas no Estado de consumo do produto, hoje, há uma lei de ICMS para cada Estado.

O IVA agregaria o PIS e a Cofins, além da necessidade de criação de um fundo de compensação aos Estados e municípios que venham a sofrer perdas excessivas com o advento do IVA.

A reforma tributária é imprescindível, mas Serra já declarou que não vê necessidade de fazê-la. Dilma Rousseff, em contrapartida, defende a reforma e também desonerações planejadas e direcionadas a setores importantes para a economia e a população - como o de medicamentos, por exemplo.

Da mesma maneira, será preciso equacionar os problemas cambiais. Esses dois graves entraves têm origem nos oito anos de tucanato e começaram a ser desmontados sob o governo Lula. Não podemos retroceder.

As mulheres são as maiores inimigas de Dilma

Por Fernanda Dannemann


Fui ao salão fazer as unhas e encontrei minha manicure, que é evangélica fervorosa, uma fera com a Dilma Rousseff por conta da tal história de que a candidata teria dito, em meados de setembro, que “nem Jesus Cristo lhe tira esta vitória”.

-- Só por causa disso vou votar no Serra!

E que dizer a Juliene, minha assessora nos assuntos domésticos, quando ela me sai com esta:

-- Não votei na Dilma porque me disseram que ela é terrorista.

Os ataques pessoais e as calúnias, em tempos de eleição presidencial, não são novidade para o povo brasileiro, mas como desta vez há uma mulher no segundo turno, a coisa está me parecendo mais feia do que no passado. Ou talvez mais violenta, porque ferir a dignidade de uma mulher é sempre mais violento.

No caso específico de Dilma, valente só por comprar a briga de uma candidatura à presidência de um país machista como o Brasil, e acabar sendo taxada de “reflexo” do Lula até pelo intelectual Fernando Henrique Cardoso, os ataques bateram recorde de criatividade: chegaram a dizer até que ela tinha uma amante disposta a pedir pensão na justiça...

E se ela tivesse uma amante? Isso a tornaria inapta para a função de presidente da república?

Depois saíram com a pérola de que ela não podia entrar nos Estados Unidos, por causa do seu passado “terrorista”... não duvido que tenha perdido votos por causa disso. Mais uma vez, minha manicure, que ouve o galo cantar, mas não sabe onde, me perguntou:

-- Afinal de contas como é que uma pessoa pode ser presidente do Brasil se não entra nos Estados Unidos?!

Mas o mais triste de tudo foi saber que Monica Serra, mulher do candidato do PSDB, entrou na dança para contribuir com a desvalorização da imagem feminina nesta campanha, ao dizer que Dilma come criancinhas. Me fez lembrar uma cena que vi, certa vez, lamentável: duas mulheres se digladiando na rua, briga de tapa e palavrão.

Então outra mulher entra em cena, desta vez uma eleitora e ex-aluna de Monica, para contar ao mundo, via Facebook, a respeito de um aborto que a ex-primeira dama de SP teria feito, vinte anos atrás, quando, no Chile, fugia da ditadura no Brasil. E agora Monica passa pela humilhação de ter que engolir suas palavras diante da opinião pública, que por sua vez enxerga o aborto como coisa de gente que devora criancinhas...

Sheila Ribeiro, a eleitora, veio lembrar a Monica que hipocrisia e falso-moralismo também deveriam ser vistos como crime, já que podem gerar tanta desgraça. Se Monica fez aborto, isso é o que menos importa. Mas se teve a sorte de fazê-lo com segurança, melhor seria se tivesse consciência de que outras mulheres também deveriam ter este direito, em vez de terem que recorrer a açougueiros e serem consideradas criminosas.

O que fica de tudo isso é a comprovação de que, para a mulher, todos os caminhos são mais árduos, sobretudo porque ela própria lança as pedras por onde terá que passar. Como diz minha manicure, Dilma não vai longe porque ela não é de Deus:

-- Vai até legalizar o aborto!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O caso do dossiê Amaury

Do blog do Nassif

Para entender melhor o inquérito da Polícia Federal sobre a quebra do sigilo fiscal dos tucanos.

As investigações foram encerradas na semana passada, inclusive com a tomada de depoimento do repórter Amaury Jr por mais de dez horas.

A conclusão final do inquérito foi a de que Amaury trabalhou o dossiê a serviço do Estado de Minas e do governador Aécio Neves - como uma forma de se defender de esperados ataques de José Serra.

Em negociação com o Palácio, a cúpula da Polícia Federal decidiu segurar as conclusões para após as eleições, para não dar margem a nenhuma interpretação de que o inquérito pudesse ter influência política.

No entanto, a advogada de Eduardo Jorge - que tem acesso às peças do inquérito por conta de uma liminar na Justiça - conseguiu as informações. Conferindo seu conteúdo explosivo, aparentemente pretendeu montar um antídoto. Vazou as informações para a Folha, dando ênfase ao acessório - a aproximação posterior de Amaury com a pré-campanha de Dilma - para diluir o essencial - o fato de que o dossiê foi fogo amigo no PSDB.

Neste momento - segundo informações de repórteres de Brasília com acesso a investigadores - discute-se na PF a oportunidade ou não de uma coletiva para colocar as peças no devido lugar.

Aparentemente, a operação de Eduardo Jorge acabou sendo um tiro no pé. A partir de agora, não haverá como a velha mídia ignorar o inquérito e suas conclusões.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tá censurada mais eu deixo você ler

RdB_52_censurada

A sujeirada tucana

Vox Populi: Dilma soma 51% das intenções de voto; Serra tem 39%

Considerando apenas os votos válidos, Dilma tem 57% contra 43% de Serra

Portal Terra

SÃO PAULO - A candidata à presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, aparece na liderança da corrida presidencial com 12 pontos percentuais de diferença para seu principal adversário, José Serra (PSDB), segundo pesquisa Vox Populi divulgada nesta terça-feira. A petista tem 51% das intenções de voto contra 39% de Serra.

Na última pesquisa Vox Populi, realizada nos dias 10 e 11, a petista aparecia com 48% das intenções de voto contra 40% de Serra.

No novo levantamento, os votos brancos e nulos somam 6%, enquanto 4% não souberam ou não opinaram. A margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto percentual.

Considerando apenas os votos válidos - excluindo os votos brancos, nulos e indecisos -, Dilma soma 57% das intenções e Serra, 43%.

Encomendada pelo Internet Group do Brasil S.A., a pesquisa foi realizada entre os dias 15 e 17 de outubro, com 3000 entrevistados em todo País, e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 14 de outubro de 2010, sob o número 36193/2010.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mais um pouco sobre os cursos de qualificação que Serra quer trazer de volta

Por que será que o Serra achou ruim o atual governo acabar com essa farra?

Notícia antiga do blog do Favre


Administração Alckmin: Desvio e fraude nas verbas do trabalhador, segundo a Controladoria
Controladoria aponta fraude com verbas do FAT
São Paulo suspende cursos de capacitação profissional para 2007 porque verbas estariam ‘escoando pelo ralo’
Carina Flosi e Arthur Guimarães

O Estado de São Paulo (para assinantes)

Uma investigação da Controladoria Geral da União (CGU) aponta suspeitas de fraude no uso de recursos enviados desde 1999 pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Ministério do Trabalho, para o Estado de São Paulo.

A verba, estimada em R$ 200 milhões, deveria ser usada para financiar programas de capacitação profissional no Estado, mas as i nvestigações apontam para a existência de cursos fantasmas, falsificações de documentos e superfaturamento na compra de materiais, entre outros problemas. Enquanto isso, 67,5% das 210 mil vagas oferecidas em balcões de emprego no Estado – ou seja, um total de 142 mil -, entre janeiro e abril deste ano, não foram preenchidas por falta de capacitação da mão-de-obra.

Relatório de número 537 assinado pela CGU mostra que, em 2004, quando a Secretaria do Trabalho paulista estava nas mãos de Francisco Prado de Oliveira Ribeiro, a qualificação profissional foi oferecida por organizações não-governamentais (ONGs) selecionadas pelo Estado sem controle e, segundo análise da CGU, sem critérios.

Um dos sinais mais robustos de que havia irregularidades na execução da qualificação profissional naquela época, aponta a CGU, é a similaridade na descrição dos gastos feitos por cada entidade envolvida nos projetos ao governo do Estado. Um exemplo: numa amostra de 15 entidades, oito apresentaram prestações de contas semelhantes em relação aos municípios, empresas contratadas e os tipos de recibos de instrutores e demais consultores.

‘Há evidências de que existe uma uniformidade na prestação de contas das instituições avaliadas, inclusive no padrão das fraudes encontradas, e indicativos de uma centralização no planejamento e execução dessas irregularidades, dada a quantidade de coincidências verificadas’, indica o relatório.

O documento, preparado com base em estudo por amostragem, constatou ainda que as ONGs que receberam recursos em 2004 não fizeram licitação para a escolha das empresas que lhes prestariam serviços.

Havia ainda evidências de alunos fantasmas. Foram identificados 18 casos, por exemplo, em que uma mesma pessoa participou de duas turmas de um mesmo convênio. Fora isso, as suspeitas apontam cursos pagos e nunca realizados, falsificação de assinaturas de alunos em lista de presença e superfaturamento de preços em material didático.

O governo do Estado de São Paulo também decidiu abrir investigações, que cobrem até o ano passado, na gestão de Walter Caveanha à frente da secretaria estadual. Segundo o atual titular da pasta, Guilherme Afif Domingos, o dinheiro que a União vinha repassando ao Estado para qualificar trabalhadores simplesmente estava ‘escoando pelo ralo’.

Por conta das investigações, o governo estadual decidiu recusar o recebimento de’ novos recursos, no valor de R$ 10 milhões. ‘Até hoje não se sabe qual é a realidade em São Paulo’, afirma Afif Domingos. ‘Depois da investigação, o que constatarmos que não foi corretamente aplicado, vamos buscar de volta.’

O montante que teria sido desviado poderia ter ajudado a treinar a mão-de-obra paulista, que, nos quatro primeiros meses deste ano, só conseguiu preencher 32,5% das vagas do mercado de trabalho. Hoje, só na Grande São Paulo, há 1,5 milhão de desempregados, segundo dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

Problema vai do mau uso da verba a contrato a distância


Quase 50% das entrevistas feitas por amostragem com os alunos tiveram problemas: muitos nunca participaram dos cursos, outros não concluíram. Só que, nas prestações de contas, eles apareciam como ‘concluintes’ e as entidades eram pagas pelo serviço ‘prestado’.

Um veículo de uso exclusivo do então secretário da pasta, Francisco Prado de Oliveira Ribeiro,foi levado ao mecânico e o conserto (R$ 2.672) foi pago com o dinheiro do projeto para qualificação profissional do trabalhador.

Máquinas copiadoras locadas com recursos do convênio que deveriam ser usadas no programa abasteciam indevidamente o gabinete do secretário, imprensa, recursos humanos, consultoria e jurídico da secretaria. Outra irregularidade foi que cursos em Caraguatatuba foram geridos por entidade de Rio Claro, distante 311 km

É isso que o Serra culpa Lula e Dilma de não continuarem?

Ontem durante o Debate na REDETV, Serra culpou o governo de ter praticamente acabado com os cursos de capacitação profissional feitos com recursos do FAT. O que era e como funcionavam os cursos de capacitação financiados pelo FAT?
Será que é isso que Serra se presidente for (bate na madeira) irá trazer de volta para o Brasil?

Clique na imagem para ver melhor, ou beba na fonte a matéria toda

domingo, 17 de outubro de 2010

Revista mostra contradições de Serra

Do R7


Em apenas 24 horas, o candidato tucano à Presidência da República, José Serra, fez nesta semana duas afirmações contraditórias quando foi questionado sobre suas relações com o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto e apelidado de “homem-bomba do PSDB”.

Em sua edição desta semana, a revista IstoÉ chama a atenção justamente para a atitude repentina de Serra, que parece ter mudado de ideia de um dia para o outro.

No dia 11, segunda-feira, ao ser questionado sobre o assunto, o candidato do PSDB disse não conhecer Paulo Preto. Na terça (12), porém, não apenas admitiu saber de seu trabalho, mas saiu em defesa do engenheiro.

O caso chegou à campanha eleitoral depois que a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, questionou Serra sobre Paulo Preto em um debate realizado no último domingo (10). Naquele momento, Serra silenciou. Nada disse para contestar as afirmações de sua adversária, que lembrara que um assessor do tucano havia fugido com R$ 4 milhões.

Dilma se baseou em uma reportagem publicada também pela revista IstoÉ em agosto. Segundo a denúncia feita naquele momento, dirigentes do próprio PSDB acusavam Paulo Preto de sumir com pelo menos R$ 4 milhões, dinheiro que havia sido arrecadado para a campanha de Serra sem o conhecimento do partido.

Ante a omissão de Serra no debate de domingo, a imprensa passou a abordar o assunto em suas agendas de campanha e entrevistas coletivas. Já na segunda, o ex-governador de São Paulo, que estava em Goiânia (GO), foi questionado sobre a acusação feita pela adversária e disse não conhecer Paulo Preto. Serra, inclusive, chegou a se referir ao episódio como um “factoide”.

- Não sei quem é o Paulo Preto. Nunca ouvi falar. Ele foi um factoide criado para que vocês [jornalistas] fiquem perguntando.




Tudo mudou, porém, depois que o próprio engenheiro concedeu uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada terça, em que ele desmentiu o presidenciável e aproveitou para mandar um “recado” a ele.

- Não somos amigos, mas ele [Serra] me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao país, ele tem que responder. Não tem atitude minha que não tenha sido informada a ele. Acho um absurdo não ter resposta, porque quem cala consente.

Serra, então, parece ter recuperado a memória sobre Paulo Preto. No mesmo dia, durante uma visita a Aparecida, no interior de São Paulo, ele foi novamente indagado sobre sua relação com Paulo Preto.
Dessa vez, porém, como se ainda não tivesse se pronunciado sobre o assunto, ele não apenas admitiu conhecer o “homem-bomba do PSDB”, mas ainda fez elogios a ele e o defendeu de acusações.

- Evidente que eu sabia do trabalho do Paulo Souza, que é considerado uma pessoa muito competente e ganhou até prêmio de engenheiro do ano. A acusação contra ele é injusta. Ele é totalmente inocente. Nunca recebi nenhuma acusação a respeito dele durante sua atuação no governo.

O tucano parece ter entendido a mensagem de Paulo Preto. Afinal, são várias as evidências de que ele e o engenheiro mantiveram, sim, colaboração.

O “homem-bomba do PSDB” foi diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), cargo a partir do qual ele pôde participar de algumas das principais obras da gestão tucana em São Paulo, como o Rodoanel.

Seus métodos de atuação, inclusive, chegaram a irritar o atual governador paulista, Alberto Goldman. Em um e-mail enviado por ele em novembro do ano passado ao então governador, José Serra, de quem era vice, Goldman se queixava de Paulo Preto.

A mensagem foi citada pela revista IstoÉ em sua edição desta semana e dizia o seguinte: “Ele [Paulo Preto] é vaidoso e arrogante. Fala mais do que deve, sempre. Parece que ninguém consegue controlá-lo. Julga-se o super homem. Não tenho qualquer poder de barrar ações. Mas tenho o direito, e a obrigação, de opinar e tentar evitar desgastes desnecessários”.

Paulo Preto permaneceu no cargo até abril deste ano. Coincidência ou não, foi quando Serra deixou o governo do Estado para se candidatar à Presidência, dando lugar a Goldman.

De acordo com a IstoÉ, o engenheiro teve um peso enorme na gestão tucana em São Paulo. “Os contratos administrados pelo engenheiro estavam entre as principais obras do país, somando R$ 6,5 bilhões”, diz a reportagem.

A revista também chama a atenção para o patrimônio milionário do ex-diretor da Dersa. “Na declaração de bens de 2009, Paulo Vieira de Souza diz possuir um patrimônio avaliado em R$ 3,4 milhões, sendo R$ 560 mil referentes a imóveis”, afirma o texto.

Ainda não se sabe de onde teriam saído os R$ 4 milhões supostamente arrecadados por Paulo Preto. Mas, caso o desvio seja comprovado, o caso poderia configurar caixa dois eleitoral, uma prática criminosa. Na entrevista que concedeu à Folha, Paulo Preto exalta seu próprio trabalho e diz que sempre pagou em dia as empreiteiras.

- Ninguém nesse governo deu condições das empresas apoiarem mais recursos politicamente do que eu, ninguém fez mais do que eu fiz. O que é o gestor público, o que é a empresa privada? Todas elas, sabidamente, desde D. Pedro, apoiam campanha política.

Paulo Preto se diz como “o cara desse governo mais bem-sucedido em entrega de empreendimentos.”

- Se o empresário tiver lucro, ele apoia. Se não tiver, não apoia. Na lista de apoio aos candidatos estará o nome de todas essas empresas [que trabalharam no Rodoanel, Marginal e Jacu Pêssego].

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

As mil caras de Serra

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O mentiroso

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Viva a liberdade de imprensa

Você deve ter acompanhado toda a gritaria da grande mídia contra o que chamaram de tentativa de calar a imprensa por parte do presidente Lula, por conta de um discurso seu. Muito bem, o que é liberdade de imprensa?
No dia 02 de outubro Maria Rita Kehl escreveu um artigo no Estadão onde tecia elogios ao governo Lula. O Estadão, ferrenho defensor da liberdade de imprensa, que coloca em seu site a quantidade de dias que sofre censura por parte da justiça, simplesmente resolveu, através de seu conselho editorial, demitir Maria Rita Kehl voltando atrás posteriormente, não sem antes exigir que ela não mais escreva sobre política. Um tempo atrás o grupo Abril demitiu um fotógrafo de uma revista do grupo, por ter em seu twitter dito mal da revista Veja, que pertence ao mesmo grupo. Entendeu agora a liberdade de expressão que os grande meios de comunicação defendem?
Vamos ao texto de Maria Rita kehl que mereceu senão demissão, pelo menos uma punição, mas por favor não confundam com censura hehe.

Dois pesos...
Maria Rita Kehl no Estado de São Paulo
Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.


Se o povão das chamadas classes D e E - os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil - tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.

Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por "uma prima" do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família. Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria? Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.

Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da "esmolinha" é político e revela consciência de classe recém-adquirida.

O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de "acumulação primitiva de democracia".

Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País. Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.

Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.

Atualizado às 13:23 de 7/10/2010

Do Terra Magazine

Maria Rita Kehl: "Fui demitida por um 'delito' de opinião"

Bob Fernandes


A psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida pelo Jornal O Estado de S. Paulo depois de ter escrito, no último sábado (2), artigo sobre a "desqualificação" dos votos dos pobres. O texto, intitulado "Dois pesos...", gerou grande repercussão na internet e mídias sociais nos últimos dias.

Nesta quinta-feira (7), ela falou a Terra Magazine sobre as consequências do seu artigo:
- Fui demitida pelo jornal o Estado de S. Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião (...) Como é que um jornal que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?

Leia abaixo a entrevista.

Terra Magazine - Maria Rita, você escreveu um artigo no jornal O Estado de S.Paulo que levou a uma grande polêmica, em especial na internet, nas mídias sociais nos últimos dias. Em resumo, sobre a desqualificação dos votos dos pobres. Ao que se diz, o artigo teria provocado conseqüências para você...
Maria Rita Kehl - E provocou, sim...

- Quais?
- Fui demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião.

- Quando?
- Fui comunicada ontem (quarta-feira, 6).

- E por qual motivo?
- O argumento é que eles estavam examinando o comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que, por causa da repercussão (na internet), a situação se tornou intolerável, insustentável, não me lembro bem que expressão usaram.

- Você chegou a argumentar algo?
- Eu disse que a repercussão mostrava, revelava que, se tinha quem não gostasse do que escrevo, tinha também quem goste. Se tem leitores que são desfavoráveis, tem leitores que são a favor, o que é bom, saudável...

- Que sentimento fica para você?
- É tudo tão absurdo... A imprensa que reclama, que alega ter o governo intenções de censura, de autoritarismo...

- Você concorda com essa tese?
- Não, acho que o presidente Lula e seus ministros cometem um erro estratégico quando criticam, quando se queixam da imprensa, da mídia, um erro porque isso, nesse ambiente eleitoral pode soar autoritário, mas eu não conheço nenhuma medida, nenhuma ação concreta, nunca ouvi falar de nenhuma ação concreta para cercear a imprensa. Não me refiro a debates, frases soltas, falo em ação concreta, concretizada. Não conheço nenhuma, e, por outro lado...

- ...Por outro lado...?
- Por outro lado a imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um "delito" de opinião. Acho absurdo, não concordo, que o dono do Maranhão (senador José Sarney) consiga impor a medida que impôs ao jornal O Estado de S.Paulo, mas como pode esse mesmo jornal demitir alguém apenas porque expôs uma opinião? Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?

- Você imagina que isso tenha algo a ver com as eleições?
- Acho que sim. Isso se agravou com a eleição, pois, pelo que eles me alegaram agora, já havia descontentamento com minhas análises, minhas opiniões políticas.

Artigo de pastor presbiteriano sobre boatos

Do blog do Nassif

Por Ronaldo Martins

Nassif,

esta discussão sobre os evangélicos está mal colocada. Tratam a nós como imbecis. Sugiro a publicação do seguinte artigo de um amigo, pastor presbiteriano e doutor em Ciências Políticas (prof. da Universidade Federal de Alfenas). É um dos melhores textos que li sobre o tema até agora.

ELEIÇÕES 2010 E OS APROVEITADORES DA BOA FÉ E DA CREDULIDADE EVANGÉLICA

Rev. Sandro Amadeu Cerveira (02/10/10)

Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos “ungidos” de alguns caciques evangélicos. [1]

Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e “vídeos” afirmando que votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras o próprio Temer seria o satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom senso de meus irmãos evangélicos. Para além da “viagem” do conteúdo a absoluta falta de fontes e provas para estas “notícias” deveria ter levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos desconfiar destas graves acusações infundadas. [2]

A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de um “candidato evangélico” a presidência da república simplesmente ignoraram esta assembleiana de longa data.

Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas Malafaia de ser “dissimulada”, “pior do que o ímpio” e defender, (segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude de voto três dias depois e à apenas 6 dias das eleições desconheça as proposições de sua irmã na fé.

De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de passagem) que “casos de alta complexidade cultural, moral, social e espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela sociedade na forma de plebiscito” [3], mas de fato não disse que uma vez eleita ela convocaria esse plebiscito.

O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado. Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto ministro da saúde o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta “barbaridade”.

Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal [6].

Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em dar visibilidade a noticia veiculada pelo jornal a Folha de São Paulo (Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que “O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por casais homossexuais.” [7]

Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união civil e adoção de crianças por homossexuais ou ainda a descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam alternativa.

A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que aparentam em suas bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às eleições. Um gigantesco protesto a-partidário denunciando o fato de que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores evangélicos. Fazer uma denuncia seletiva de quem esta comprometido com a “iniqüidade” é, no mínimo, desonesto.

Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está igualmente comprometido com os mesmo “problemas”) é muito fácil. Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.

Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.

Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse precedente.

Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja católica, cristã ou evangélica e isso vá “abençoar” o Brasil. Sei, como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do mundo.

Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário (como foi o caso da lei de biossegurança) [8] com serenidade e racionalidade.

Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia) tais como distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes evangélicos e cristãos em geral que já ascenderam à classe média alta, mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.

______________________

NOTAS

[1] As afirmações que faço ao longo deste texto estão baseadas em informações públicas e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Apresento os links dos jornais e documentos utilizados para verificação.

[2] http://www.hospitaldalma.com/2010/07/o-cristao-verdadeiro-nao-deve-votar-na.html

[3]http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/marina+rebate+declaracoes+de+pastor+evangelico+silas+malafaia/n1237789584105.html
Ver também http://www1.folha.uol.com.br/poder/805644-lider-evangelico-ataca-marina-e-anuncia-apoio-a-serra.shtml

[4]http://blogdadilma.blog.br/2010/09/serra-e-o-unico-candidato-que-ja-assinou-ordens-para-fazer-abortos-quando-ministro-da-saude-2.html

[5] http://www.cfemea.org.br/pdf/normatecnicams.pdf

[6] http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=856843&tit=FHC-e-intelectuais-pedem-legalizacao-da-maconha

[7] http://www1.folha.uol.com.br/poder/754484-serra-se-diz-a-favor-da-uniao-civil-e-da-adocao-de-criancas-por-gays.shtml

[8] http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=206

Fonte: Segunda Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte (www.segundaigreja.org.br)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

As tristesas deixadas

Há certas eleições que deixam muitas tristezas e essa foi uma delas. Digo isso não por Dilma não ter conseguido a vitória no primeiro turno, até porque sei que é mais fácil o Serra repetir Geraldo Alckimim em 2006 e ter menos votos que no primeiro turno, do que ameaçar a vitória de Dilma.
Dilma só não venceu no primeiro turno porque não quiz descer ao nível de Serra com denuncismo. Mas foi um erro. Tinha que ter mostrado em rede nacional a reportagem da Carta Capital sobre a quebra do sigilo bancário de milhões de brasileiros feito por Verônica Serra, devia ter mostrado as trapalhadas de Serra no governo de São Paulo, como no caso das apostilas com dois Paraguais por exemplo. Espero que ela tenha aprendido que o nível da campanha quem dita é o adversário, sua postura superior de não atacar, nem mesmo para se defender, foi o que acabou levando essa eleição para um segundo turno. Mas como disse não é isso que me entristeceu nessa eleição e sim o fato de o deputado do estado do Rio, Brizola Neto, não ter se reelegido para deputado federal, o Rio e o Brasil perdem muito. É triste ver um estado eleger figuras como Rodrigo Maia, para citar um só, e deixar de fora um político tão humanista como é o Brizola. Só espero que ele não desanime, pois é jovem ainda e tem muito a contribuir com o Rio e o Brasil, siga em frente homem.
Outra tristeza é ver que o povo de São Paulo, estado onde nasci, sempre vivi e amo, continua votando segundo os interesses de grupos empresariais que se beneficiam a anos dos governos tucanos. Pior do que eleger o tiririca, é continuar com esse modelo de governo que a 16 anos, vem diminuindo São Paulo, sob o protecionismo daqueles que deveriam fiscalizá-lo, mas como disse, dele se beneficiam.

Uma boa limpeza


Heráclito Fortes
Tasso Jereissati
Marco Maciel
Raul Jungmann
César Maia
Arthur Virgílio
Não estãrão nos próximos anos poluindo o senado brasileiro. Será que tem uma vaguinha pra todos no governo de SP? Já o Tiririca se elejeu, parece que certos palhaços são melhores que outros.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Uma realidade transformada pelo Bolsa Família


Do blog do Brizola Neto

A cidade brasileira que tem a maior cobertura do Bolsa Família, Junco do Maranhão, passou a ostentar uma das menores taxas de mortalidade infantil, uma frequência escolar acima da média nacional e testemunhou uma queda vertiginosa na taxa de desnutrição de crianças até dois anos.

Os dados constam da ótima matéria de Sabrina Lorenzi, no IG, que foi até a cidade maranhense, a 235 km de São Luiz, e constatou as melhoras nos indicadores sociais, no comércio e no dia-a-dia das pessoas nos últimos três anos.

Em Junco do Maranhão, 91,6% das famílias recebem o benefício do Bolsa Família. Mas ao invés de pararem de trabalhar e ensinar isso a seus filhos, como a mulher de Serra classificou os beneficiários do programa do governo Lula, aproveitaram a ajuda para melhorar de vida e fazer a cidade progredir.

O Bolsa Família, com benefícios que variam de R$ 68 a R$ 200, injeta na cidade R$ 1 milhão por ano desde 2008, e de lá para cá, segundo a reportagem do IG, foram abertas uma loja de eletrodomésticos, pet shop, hortifruti, padaria, lanchonete, lan house, duas farmácias, duas lojas de material de construção, dois postos de gasolina, dois pontos de atendimento bancário, alguns mercadinhos, açougues e várias lojinhas de roupas. A paisagem mudou com o comércio e a substituição de casas de pau-a-pique por alvenaria.

E o que tem o Bolsa Família a ver com a redução da mortalidade infantil? Uma das condições exigidas pelo governo federal para o recebimento do benefício é a realização de exames pré-natais. Junco do Maranhão teve em 2008 oito mortos para cada mil nascidos, abaixo da média do país, com 19 mortos para cada mil nascidos, e muito melhor que a média do Nordeste, de 27 mortos por mil nascidos.

Além da redução da mortalidade infantil, a taxa de desnutrição entre crianças de até dois anos caiu de 30,9% em 2000 para 2,3% em 2008 (ver gráfico), o que se deveu à eficácia das políticas públicas e às transferências de renda, que permitiram um maior consumo de alimentos, como observou Adson França, responsável pelo Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil e Materna, uma das metas dos Objetivos do Milênio das Nações Unidas (ONU).

Esse é o Brasil de verdade, que proporciona oportunidades reais a seus filhos, e vem solucionando problemas sociais que se arrastavam há séculos. É o Brasil que queremos e que vai continuar com a escolha de Dilma pela maioria da população, no domingo, para levar adiante o compromisso com os mais pobres e necessitados, assumido por Lula.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Confio mais nessa pesquisa que no Datafolha


Hoje fui cortar cabelo e o instituto DATABARBEIRO, aponta vitória de Dilma Rousseff com 97% dos votos válidos. É claro que por estar em um bairro da periferia, essa margem deve cair mas não será menor que 60% dos votos válidos, segundo meu barbeiro, que entende muito mais de ouvir pessoas que o DATAFOLHA.

A pluraridade da imprensa

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eu vou de Dilma, e você?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Youtube/Twitcam: o debate na Record

Do blog do Luis Nassif



terça-feira, 21 de setembro de 2010

Zé Baixaria repete campanha de 2002 quando dizia que Lula "não sabia administrar nem carrinho de pipoca"

Do blog Os amigos do presidente Lula

Quem não se lembra da campanha presidencial de 2002, quando os demo-tucanos elitistas da campanha de José Serra (PSDB/SP), diziam que o então adversário Lula "não sabia administrar nem carrinho de pipoca"?

Os arrogantes demo-tucanos mentiam porque Lula já havia sido dirigente de um dos mais importantes sindicatos do Brasil, havia sido fundador e dirigente da bem sucedida Central Única dos Trabalhadores e do maior partido de esquerda, de massas, da América Latina. Não era pouca coisa.

Para piorar, a elite demo-tucana ainda tratava pejorativamente os pipoqueiros. Um carrinho de pipoca é um pequeno empreendimento que deve ser valorizado, e não depreciado. Os pipoqueiros tiram sua renda honestamente dali para sua família, para seus filhos estudarem, e é um trabalho da maior dignidade como qualquer outro.

Sem querer, Serra passou atestado de honestidade para Dilma

Hoje a propaganda de José Serra (PSDB) no rádio voltou a repetir os mesmos argumentos elitistas contra Dilma, acusando-a de "não conseguir administrar uma loja popular de R$ 1,99".

A história, é que a loja foi aberta em 1995, em Porto Alegre, junto com a ex-cunhada Sirlei Araújo, um sobrinho e o marido. Depois de 1 ano e meio decidiram fechar. Para o jornal Folha de SP que desencavou esse fato sem qualquer importância, na extensa biografia pública de Dilma, Sirlei disse que o negócio até que deu bem certo, o problema era que Dilma não tinha tempo, porque sempre estava envolvida com a política, e Sirlei também não tinha como se dedicar mais à loja.

Os arrogantes e elitistas demo-tucanos, acostumados a frequentar apenas as suntuosas sedes bancárias da Av. Paulista, também ignoram que pequenas empresas familiares, muitas vezes são abertas como opção de trabalho e renda, para a própria pessoa ou para filhos ou parentes, e algumas vezes são fechadas quando os donos não tem mais vocação para outras atividades do que a empresarial.

Também há um tom pejorativo nas críticas da elite demo-tucana na propaganda de Serra, contra pequenos comerciantes, como se lojas populares e bazares não fossem um empreendimento de valor, da maior importância para gerar empregos e renda, movimentar a economia e suprir o comércio local de bairros.

Mas o mais importante é que esse episódio passa um atestado de honestidade para Dilma.

Ela tinha acabado de sair do poderoso cargo de Secretária Estadual de Energia, Minas e Comunicações do Rio Grande do Sul. Já havia sido Secretária Municipal de Fazenda de Porto Alegre.

Se fosse uma tucana do bico grande, imediatamente iria parar em uma diretoria de um banco como o Opportunity de Daniel Dantas, ou então abriria uma empresa de consultoria com a irmã de Dantas, como fez a filha de José Serra.

Em vez disso, abriu uma micro-empresa que nada tinha a ver com o ramo de atividade da área que ela teria influência, como qualquer pequena empresa familiar de qualquer brasileiro. É por isso que, cada vez mais, temos mais motivos para votar em Dilma.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Folha de São Paulo, um dos jornais mais vagabundo do mundo

Só não disse no título que a Folha é a mais vagabunda do mundo, porque ela disputa pau a pau com O Globo, Estadão e outros lixos espalhados pelo mundo.

A Folha joga o famoso “se colar, colou”

Do Tijolaço

Chega a ser ridículo o esforço da Folha de S.Paulo para desmerecer Dilma Rousseff e apontar irregularidades político-eleitorais na ação do Governo Lula.
Hoje, mais uma matéria da série “vamos esquadrinhar seu passado até acharmos algo que sirva ao Serra”. Depois de mandar gente até à Bulgária, outro jornalista convetido em “agente” foi ao Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul apurar “irregularidades” cometidas por Dilma em…1992!
O jornal de vale de parecer de auditores do TCE para apontar irregularidades comentidas numa licitação naquele ano e afirmando que a empresa vencedora havia sido “criada seis meses antes para vencer um contrato de R$ 1,8 milhão”. Aí diz que, “depois” disso a empresa conseguiu contratos com o PT (onde Dilma só ingressaria oito anos depois) e até uma contratação vultosa com a Secretaria de Imprensa da Presidência, em 2008. Ou seja, 16 anos depois. Que vida longa para um empresa “criada seis meses antes para ganhar um contrato”.
O fato de as contas de Dilma terem sido aprovadas por unanimidade fica perdido, lá no meio da matéria. O fato de ela defender-se, como é legítimo e legal, vira, na redação do jornal “em 96, Dilma pressionou o Tribunal”. Como “pressionou”, se não tinha qualquer cargo ou poder, então? Ah, não importa, importa é que dá para fazer alguma intriga. Desafio qualquer administrador público a dizer que nunca sofreu um questionamento sequer por parte de um tribunal de contas.
Mas, não satisfeito, o jornal “mais imparcial do Brasil” – que, é óbvio, não foi atrás dos inúmeros problema da administração Serra – abre manchete para o fato de que a NBR mandou gravar, apenas para seus arquivos, a participação de Lula em comícios. Aliás, a ordem administrativa deixava claro que o material não se prestaria à veiculação nem poderia ser cedido informalmente, mas constituiria simples registro histórico das atividades do presidente que, ao que eu saiba, não deixa de ser presidente hora alguma do dia.
Claro que o assunto vai dar pano para mangas e logo teremos a Dra. Sandra Cureau com os holofotes em cima, porque os nossos jornais não querem nem saber se não houve benefício eleitoral, que é o que a lei veda, mas apenas se é possível explorar o assunto. Nem lhes passa pela cabeça que, em matéria de filmagem e propaganda, a campanha dispõe de pessoal próprio. Ou o que aconteceria, no caso de um questionamento judicial, se o Presidente tivesse de defender-se usando gravações… Ou será que achariam normal que o chefe de Estado apresentasse sua defesa com base nas gravações da campanha? Já vejo até o título: Advogados da União usam imagens de campanha para defender Presidente…
A campanha eleitoral, para a Folha, é isso: um festival de quinquilharias a serem exploradas seletivamente. Verdadeiras ou não, as acusações se pretam a uma finalidade eleitoral inequívoca.
Quer uma prova?
Vocês lembram de toda aquela história sobre o dossiê que teria sido preparado pela equipe de Dilma, com arapongas, etc, com a qual o jornal sustentou durante semanas um tiroteio contra a candidata.
Pois bem, como revela o site Brasilia Confidencial, há dez dias atrás, a Folha publicou uma matéria onde se lê, sem destaque, que não havia dossiê algum e que todo o material que ela obteve era de cinco anos antes, recolhido sem nenhuma irregularidade, na Junta Comercial, em cartórios e na internet. Reproduzo no post a imagem do jornal para que você leia.
Ou seja, não havia sido feito nenhum dossiê.
A Folha não tem vergonha de desmentir as suas prórpias inverdade. Publica-as em manchete, desmente-as em letras miúdas.
Com isso, vai ficando, ela própria, cada vez mais descareditada e miúda.

Isso nem a Veja e nem a Folha querem mostrar

Já pensou se fosse coligado do PT? Estaria nos jornais e no jornal nacional pelos menos por um mês, mas como é coligado aos protegidos da mídia, nada se fala.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Serra no tracking IG/Band

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Fatos e versões

Da Carta Capital - Por Marcos Coimbra

Nas eleições, como em tudo na vida, uma coisa são os fatos, outra as versões. E, nem sempre, aqueles são mais importantes. Na luta política, uma versão bem defendida vale mais que muitos fatos.

Uma vitória, por exemplo, pode ficar parecida a uma derrota, de tão diminuída e apequenada. Depende do que sobre ela se diz. Por maior e mais extraordinária que seja, os derrotados podem se vingar, ganhando a batalha das versões. Os vitoriosos, em vez de comemorar e receber elogios, ficam na posição de se explicar, se defender. Os perdedores lhes roubam a cena.

Neste fim de campanha eleitoral, à medida que nos aproximamos da data da eleição, a perspectiva de uma vitória de Dilma por larga margem só tem aumentado. Ao que tudo indica, ela vai conseguir o que Lula não conseguiu em nenhuma das eleições que disputou: ganhar no primeiro turno. A crer nos números das pesquisas, ela está prestes a alcançar, já em 3 de outubro, a votação que ele obteve apenas no segundo turno de 2006, quando chegou a 60% dos votos válidos. Não é nada, não é nada, Dilma tem tudo para se tornar, daqui a três semanas, a pessoa mais votada de nossa história.

Enquanto a eleição real avança, a guerra de narrativas sobre seu provável resultado está em curso. De um lado, a que é formulada pelas forças políticas e as correntes de opinião que não conseguiram apoio na sociedade para levar seu candidato à vitória. Do outro, a dos vencedores.

Paradoxalmente, são os prováveis derrotados na batalha eleitoral real que estão em vantagem na briga das versões. Vão perder, ao que parece, na contagem dos votos, mas têm, pelo menos por enquanto, o consolo de fazer que sua interpretação prevaleça.

É o oposto daquilo que o professor Edgar de Decca, da Unicamp, caracterizou há alguns anos. Escrevendo sobre a Revolução de 1930, ele mostrou que ela entrou para nossa história através da narrativa daqueles que a venceram. Tudo aquilo pelo qual se bateram os derrotados foi ignorado ou desconsiderado. Sobre aquele movimento, nossa historiografia só nos conta a versão dos vencedores. Ninguém mais se lembra do que queria o outro lado. Impôs-se a ele “o silêncio dos vencidos”.

Em 2002, Lula e o PT venceram tanto a eleição quanto a batalha das versões. Quando o resultado objetivo foi proclamado, estava pronto um
discurso: era “a vitória da esperança sobre o medo” e o Brasil podia sentir orgulho de sua própria coragem ao colocar na Presidência um metalúrgico. Ninguém deslegitimou o que as urnas disseram.

Se Lula começasse seu segundo mandato depois de uma apertada vitória sobre Alckmin no primeiro turno da eleição de 2006, seria complicado livrar-se da interpretação de que, depois do mensalão, havia diminuído de tamanho. Mas, no segundo turno, cresceu tanto que até seus detratores tiveram que reconhecer que nada indicava que fosse essa a realidade.

Agora, na véspera do que todos calculam ser a eleição de Dilma, está sendo elaborada uma versão que a reduz. Nela, a vitória é apresentada como um misto de manipulação (“usaram o Bolsa Família para comprar o voto dos miseráveis”), ilegalidade (“Lula passou por cima de nossa legislação eleitoral”) e jogo sujo (“montaram um fábrica de dossiês para derrotar José Serra”).

Nesse tipo de combate, não faz a menor diferença se algo é verdade ou não. Como é apenas uma guerra de versões, o que conta é falar alto. Quem tem meios de comunicação (jornais, revistas, emissoras de televisão) à disposição para propagandear seus argumentos, sempre leva vantagem. Pode até ganhar.

Que importa se apenas 20% do voto de Dilma vem de eleitores em cujo domicílio alguém recebe o benefício (ou seja, que ela tem votos suficientes para ganhar no primeiro turno ainda que esses fossem proibidos de votar)? Que importa se nossas leis são tão inadequadas que até uma passeata de humoristas a modifica? Que importa se nada do resultado da eleição pode ser debitado a qualquer dossiê, existente ou imaginado?

Mas fatos são sempre fatos. E as versões, por mais insistentes que sejam, não os modificam. Ganha-se no grito, mas perde-se no voto. Lá na frente, os fatos terminarão por se impor.

Matéria origalmente publicada no Correio Braziliense

José Serra, os porquinhos e a matemática.

Esses videos mostram como se faz necessário a saída do sapo barbudo analfabeto e ignorante, para a entrada de alguém culto e versado em todos os assuntos.

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