Tudo junto e misturado


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ipea: desigualdade nunca foi tão baixa no país




Jornal do Brasil


O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, analisou hoje os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNADs), divulgados na última sexta-feira, e disse que o Brasil tem hoje o menor nível de desigualdade desde que as estatísticas começaram a ser documentadas, em 1960.
Neri frisou que a desigualdade ainda é alta no país, mas a queda ocorreu entre a pesquisa de 2009 e a atual.
“A queda da desigualdade aconteceu durante dez anos consecutivos, sem interrupção, o que é algo inédito. De junho de 2011 a junho de 2012, a desigualdade está caindo tanto quanto estava caindo antes, ou seja, não está desacelerando. Nos últimos 12 meses terminados em junho de 2012 a desigualdade caiu 3,2%, que é uma média muito forte”, acrescentou o presidente do Ipea.
Ele afirmou que a meta do milênio é diminuir a pobreza à metade em 25 anos, mas o Brasil fez mais que isso, reduziu mais de 50% em dez anos.
Segundo os dados do PNADs, de 2003 a 2011, 23,4 milhões de pessoas saíram da pobreza – sendo que 3,7 milhões só entre 2009 e 2011.



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Onde está o dinheiro?

Por Paulo Moreira Leite

Neste momento, o quadro do julgamento do mensalão parece claro. Joaquim Barbosa sustenta aquilo que o ministério público define como “organização criminosa” dedicada a ”comprar” votos para o governo. Não há apoio político. Não há verba de campanha. Há “propina”, diz Joaquim Barbosa.

O voto de Joaquim merece elogios e reconhecimento. É um voto competente, bem articulado e coerente. Não faltam exemplos nem casos. Discordo de seu esforço para criminalizar a atividade política. Fala em “interesse dos corruptores” para definir a ação da bancada do governo no Congresso. Toda partilha de verbas é definida como “vantagem indevida.” Este é o preço que ele paga pelo esforço em despolitizar uma discussão que é politica em todos os sentidos.
Mas é preciso admitir que Joaquim Barbosa está inteiramente convencido daquilo que diz. Não faz teatro nem joga. Não quer agradar a mídia – embora, em grande maioria, ela esteja adorando o que ele diz e sustenta. Isso lhe garante um tratamento positivo. Ao contrário do que ocorria em passado recente, quando Joaquim entrou em choque com Gilmar Mendes.
A julgar pelo aconteceu até agora, parece claro que, salvo casos menores, os réus mais importantes – como José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno – têm grandes chances de serem condenados a penas severas.
Está tudo resolvido? Não acho.
Até agora não encontrei uma única notícia do dinheiro que, desviado no Visanet, e também junto a empresários, nem todos chamados a sentar-se no banco dos réus, foi recolhido pela “organização criminosa”. Não acho uma notícia irrelevante.
É frustrante. Como dizia o editor do Washington Post, o jornal do Watergate, ao estimular seus repórteres: ”Follow the money”
Os petistas dizem que foram recursos para campanha, em especial para as eleições municipais de 2004. As 317 testemunhas ouvidas no inquérito dizem a mesma coisa. A leitura do relatório da Polícia Federal – que descreve com maestria o milionário desvio no Visanet – não contém uma palavra sobre isso. Diz textualmente que foi possível encontrar a origem mas não se chegou ao destino do dinheiro.
Joaquim diz e repete, ora com ironia, ora com indignação, mas sempre com fatos e argumentos, que não acredita que os recursos se destinavam a campanha eleitoral. Rosa Maria Weber, em seu primeiro voto, declarou que achava essa informação irrelevante.
Eu acho que o debate é mais importante do que parece. Ele permite demonstrar quem avançou o sinal, quem não fez o combinado pelas regras informais de nosso sistema político.
Isso não diz respeito apenas ao julgamento de hoje, mas ao funcionamento da democracia no país. Nossas eleições são limpas há muito tempo porque são disputadas numa ambiente de liberdade, no qual cada eleitor pode fazer sua escolha sem pressões indevidas.
Os pleitos expressam a vontade popular e não vejo nenhum motivo para suspeitar de seus resultados. Não há votos comprados nem fraudados em escala significativa.
Mas depois de PC Farias, o saudoso tesoureiro de Fernando Collor, nós sabemos que é preciso ser muito hipócrita para fingir que o financiamento de campanha, de qualquer partido, antes e depois do mensalão, é uma operação limpa. Ali se mistura o caixa 2 de empresas, o dinheiro da corrupção, e também o dinheiro que, mesmo de origem quente, precisa ser esfriado no meio do caminho.
Se houvesse vontade política para corrigir as imensas imperfeições e desvios, isso já teria sido feito. Mas sempre que surge essa oportunidade, ela é barrada por falta de interesse político. É mais interessante tirar proveito de uma denuncia em vez de procurar a origem dos erros. O mais recente projeto de reforma eleitoral, elaborado pelo deputado José Fortunatti, do PT gaúcho, foi sabotado alegremente pela oposição no ano passado. Previa, como nós sabemos, o financiamento público exclusivo de campanha, que proíbe a ação dos corruptores na distribuição de verbas para os partidos.
Não há lei capaz de impedir a prática de crimes. Mas uma boa legislação pode desestimular as más práticas. Pode criar regras realistas e não um mundo aberto para falcatruas e irregularidades. A mesma oposição que agora pede guilhotina para os petistas é a primeira a manter as regras que alimentam o ambiente de abuso e desvio.
Este é o jogo do moralismo. Joaquim Barbosa pode não fazer jogo.
Mas ele existe e está aí, à frente de todos.
Após sete anos de investigação, não se encontrou um rastro do dinheiro. Você pode achar que os recursos foram lavados e se perderam nos esquemas de doleiros e enviados para o exterior. Também pode achar que foram lavados e entregues aos partidos aliados do PT, como disseram os advogados da defesa nas já longínquas manifestações dos primeiros dias.
O certo é que a Justiça quebrou o sigilo bancário e fiscal dos acusados e nada encontrou. O rastreamento não levou a nada. Não há sinal de enriquecimento indevido no patrimônio de nenhum dos réus.
Não tenho procuração para atestar a honestidade de ninguém. (Só a minha).
Mas não é estranho que não apareça um centavo gasto de forma ilícita?
Como é que o tesoureiro Delúbio Soares continua morando no mesmo flat modesto no centro de São Paulo?
Por que José Genoíno, combatente brasileiro que sempre irá merecer homenagens pela coragem de assumir as próprias ideias, muitas inconvenientes a seus interesses, continua residindo na mesma casa no Butantã, em São Paulo?
Apontado como chefe da “organização criminosa”, falta explicar o que Dirceu obteve com seus superpoderes de ministro-chefe da Casa Civil.
Também falta outra coisa. O Visanet é um caso comprovado de troca de favores com dinheiro público. Mas outros casos são fiascos. Marcos Valério cansou de prometer o que não podia entregar. Não foi só o Banco Mercantil. Um assessor dele me garante que Valério prometia até entrar na negociação da licitação da transposição do São Francisco. As obras – que seguem a passo de tartaruga — acabaram com os militares. É certo que oferecer vantagem indevida já é crime. Mas vamos combinar que não é a mesma coisa.
Com seu voto articulado, com exemplos e histórias, Joaquim Barbosa está levando o julgamento. As descrições e diálogos ajudam a dar dramaticidade a seu voto.
Mas é uma questão de convicção e convencimento. Pela jurisprudência que parece dominar a maioria do STF, estes elementos parecem suficientes.
Concordo que ninguém chama fotógrafos para receber uma mala de dinheiro. Mas o bom senso recomenda admitir que a recíproca não pode ser verdadeira. A falta de provas não pode ser desculpa para condenação apressada e portanto errada.
Essa distinção separa a justiça do moralismo, recurso típico daquelas forças que tem dificuldade de conviver com a democracia e procuram atalhos para escapar da soberania popular.
Apontado como mensaleiro porque recebeu um cheque de 100 000 reais de Marcos Valério para sua campanha, o deputado Roberto Brant, do DEM mineiro, foi absolvido pelo Congresso por uma votação folgada. Não foi indiciado no mensalão, embora até pudesse, não é mesmo?
Bom político, lúcido e corajoso, Brant explicou, certa vez, ao jornalista Sérgio Lirio que o moralismo interessa “aos gru­pos que con­tro­lam o Es­ta­do bra­si­lei­ro, in­de­pen­den­te­men­te de quem es­te­ja no go­ver­no. São her­dei­ros dos pri­vi­lé­gios se­cu­la­res que o Es­ta­do dis­tri­bui. A so­cie­da­de bra­si­lei­ra é in­jus­ta des­sa for­ma por­que o Es­ta­do é um agen­te da in­jus­ti­ça. Es­ses gru­pos não que­rem re­for­ma de coi­sa ne­nhu­ma.
O mo­ra­lis­mo só in­te­res­sa aos gru­pos que que­rem mo­bi­li­zar o Es­ta­do bra­si­lei­ro, ou pelo me­nos o sis­te­ma po­lí­ti­co bra­si­lei­ro, para não dei­xar que ele ope­re com li­ber­da­de. Isso já acon­te­ceu ou­tras ve­zes. Quan­do o Jus­ce­li­no (Ku­bits­chek) co­me­çou a mu­dar o Bra­sil, aqui­lo as­sus­tou tre­men­da­men­te as eli­tes ur­ba­nas. O re­sul­ta­do foi a cria­ção de uma sé­rie de es­cân­da­los que a his­tó­ria pro­vou ser com­ple­ta­men­te in­fun­da­da, in­con­sis­ten­te e fal­sa. To­dos os per­so­na­gens mor­re­ram po­bres.
De­pois veio o quê? Jâ­nio Qua­dros, apoia­do pela opi­nião pú­bli­ca. Opi­nião cons­truí­da pelo (jor­na­lis­ta Car­los) La­cer­da, pela UDN nos gran­des cen­tros ur­ba­nos. Em São Pau­lo, in­clu­si­ve. Foi lá que ele ven­ceu. E deu no quê? De­sor­ga­ni­za­ção, po­pu­lis­mo e aven­tu­ra. De­pois do Jâ­nio, veio o gol­pe mi­li­tar. Como ta­char de cor­rup­to um par­ti­do in­tei­ro, o sis­te­ma de for­ças in­tei­ro? Isso é fal­so. Há po­lí­ti­cos que des­viam de con­du­ta no PT, no PFL, no PSDB. A agen­da do mo­ra­lis­mo não leva a nada. Ou leva a coi­sas pio­res.”

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Que nojo

O PSDB governa o estado de São Paulo à quase duas décadas e nesse tempo, apesar de ter pego muito grana e montado um projeto em 1994, conseguiram deixar o rio Titê pior do que era.
Aí eu abro uma página de uma porcaria de jornal e vejo esse lixo:

Alckmin quer barco turístico no Tietê

Para governador, é possível ter passeios como os do Rio Sena, em Paris, em até três anos; só faltam tratamento da água e fim de cheiro ruim

Nenhuma crítica ao descaso que os sucessivos governos do PSDB tem mostrado com o rio nesse tempo todo, só dando espaço para a propaganda enganosa do governador, pode esperar que é mais grana que vai embora e o rio continuará o mesmo, até porque pior é difícil, me cansa, me dá nojo.
Se quiser ler o lixo todo clique aqui, mas tampe o nariz.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Jorginho, o idiota

Jorginho era um sujeito muito feliz, hoje ele exala ódio por todos os poros.


Imagine que ele já pertenceu à um seleto grupo que possuíam tudo de mais novo que havia, o último lançamento de celular, relógios quase exclusivos, computador de última geração, tudo trazido diretamente de Miami por um amigo influente.

Que tempo bom aquele, internet? Era coisa de gente da mais alta estirpe, Jorginho se divertia no Orkut, onde o nível era outro, hoje acabou devido a invasão dessa gentalha e suas coisas horrorosas, que saudade do tempo em que sua empregada para falar ao telefone implorava, “deixa seu Jorginho, quando vier a conta o senhor desconta do meu salário”, dava até para ser bonzinho, hoje a desgraçada tem celular melhor que o meu, também com o salário que sou obrigado a pagar para essa morta de fome, e o pior é que se não pagar bem ninguém quer trabalhar, bando de vagabundos... Tudo culpa do apedeuta que permitiu até que pobre sem nunca ter lido um livro comprasse carro entupindo as ruas e rodovias, (ele ouviu isso, achou demais e não para de repetir).

O único momento de alegria de Jorginho é quando ele abre sua revista favorita e lê em suas páginas toda a verdade sobre o bando de ladrão que tomou conta da política desse país.

Sua esperança se renova, pois tem certeza que se não for possível impedirem esses pobres burros e ignorantes de votar, impedirão que os candidatos que os analfabetos votam, participem do pleito.

Ultimamente Jorginho vem voltando a confiar na justiça, afinal ela falha, mas não tarda.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O NAVIO E BARCO

Do blog Caderno de Rscunhos

(Às populações tradicionais que ainda resistem ao avanço do Capitalismo)


“Sai da frente, companheiro


Sai, porque vou atracar”

Disse o navio estrangeiro

Para o pequeno pesqueiro

Que parou bem no lugar

  “Mas cheguei aqui primeiro

Inda estou a carregar”

Disse o barco ao forasteiro

Mas o navio graneleiro

Mesmo assim não quis parar


“O que o leva de importante

Para vir me atrapalhar?

Pois agora neste instante

Eu espero tal montante

Que não posso lhe esperar”

  “Tralhas para pescaria

Isca, linha, rede, anzol

Nunca tive mordomia

É o que levo todo dia

Faça chuva ou faça sol”

  “Se você vai todo dia

Um que seja não faz falta

Ninguém mesmo notaria

Diferença nem faria

Noutro dia você volta”


“Diferença há de fazer

Aos filhos do pescador

Que precisam de comer

E a rotina tem que ser

Todo dia sim senhor”


E o debate se alongava

Sem ninguém se entender

Mas o navio avançava

E bem perto já chegava

Quase a ponto de bater


“Ao progresso vou avante!”

O navio assim bradou

E seguiu mesmo adiante

Que o pesqueiro num instante

Foi quebrando e se afundou

  Depois disso o pescador

Disse: “Deus fez a vontade”.

E foi como um pecador

A sofrer a sua dor

Com a cruz lá na cidade


Isso é fato corriqueiro

Que os pequenos fiquem mal

Como a sina do cordeiro

Foi o lobo do pesqueiro

O poder do capital

Festinha Privê

Pinçado daqui

O governo federal anunciou ontem a redução das tarifas de energia elétrica para empresas e famílias. Não me lembro de iniciativa semelhante, mas sim do racionamento imposto ao país no governo FHC. Impressiona como as coisas mudaram ao longo desses anos. Parece que saímos da idade das trevas para finalmente começarmos a enxergar o mundo como ele é - ou deveria ser -, de cores exuberantes.


O governo Dilma tem promovido, sem explicitar o fato, as reformas que podem levar o Brasil ao Primeiro Mundo: corte nos tributos e na taxa básica de juros, investimentos na infraestrutura - especialmente a de logística -, construção de moradias, oferta farta e barata de crédito, desoneração da folha de pagamentos, foco no aprimoramento da gestão, combate à corrupção, mudanças na Previdência (a do funcionalismo público já efetuada; a dos cidadãos comuns em via de ser anunciada), entre outras coisitas mais.

É estranho que tal revolução silenciosa não seja nem notada nem destacada pelos tais analistas que abundam nas páginas dos jornalões, sempre dispostos a dar palpites em tudo.

Em vez disso, eles têm preferido comentar o julgamento do dito mensalão, como se a condenação de alguns políticos do PT fosse o suficiente para a desforra que tanto almejam.

O plano traçado há tanto tempo para dinamitar o partido e suas lideranças, porém, não avança por uma razão muito simples: ninguém, com exceção dessa meia dúzia de saudosistas dos velhos e bons tempos em que os neoliberais faziam do Brasil o seu parque de diversões, está dando a mínima para o julgamento.

No roteiro escrito por esses golpistas acovardados, nesta altura do campeonato as praças estariam cheias, com as multidões clamando pelo sangue dos réus, uma onda de indignação moral teria tomado conta do país e os infames usurpadores do poder cumpririam seus mandatos feito zumbis, contando as horas para passar o bastão aos representantes dos homens bons.

Como é a arte que imita a vida e não o contrário, essa turma terá de se contentar em promover festinhas privês e não públicas para comemorar a vitória que conquistará em breve, graças a um tribunal que não foge do estereótipo da Justiça brasileira, estigmatizada pelas severas punições que costuma aplicar apenas em pobres, pretos, putas e, agora, petistas.

E enquanto estiverem trocando cumprimentos pelo sucesso da campanha, emparedados pelo medo de se expor à luz do sol, nas ruas, nas casas, nos escritórios, nas fábricas e nos campos o Brasil estará festejando outra coisa muito maior, muito mais valiosa, muito mais duradoura, que são esses primeiros passos que dá em busca de superar de uma vez por todas a ignomínia de ser um dos países com a maior desigualdade social e econômica do mundo.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Quem é o Noblat?

O Noblat em seu blog hoje desceu o pau na blogosfera progressiva, chamando-a de Pig, Partido da imprensa governista, nem original o canalha consegue ser.
O post dele é esse:

Joaquim é o alvo, por Ricardo Noblat


O Partido da Imprensa Governista (PIG) começou a descer o pau no ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão.
O PIG é parente da imprensa chapa branca que sobrevive da caridade oficial. Basicamente, é o conjunto de blogs, sites e portais que serve ao governo e aos partidos que o apoiam.
Trata-se de mais um aspecto da herança pesada deixada por Lula para Dilma, por mais que ela negue.
Por que Joaquim virou alvo de malhação?
Porque o desempenho dele até aqui desagrada ao PT. Porque ele deve a Lula sua nomeação para o Supremo Tribunal Federal (STF) e, no entanto, atua com a independência que se espera de todo juiz.
Registre-se por dever de ofício: ele e outros ministros indicados por Lula e Dilma. Nem todos.
Naturalmente, o PIG está impedido de expor com clareza as razões de sua revolta contra Joaquim. Seria insensato fazê-lo.
Correria o risco de perder seus poucos leitores tamanho é o prestígio de Joaquim nas chamadas redes sociais. Ali ele virou uma espécie de anjo vingador. Um anjo preto, zangado, irritadiço e sempre à beira de um ataque de nervos.
Sem audiência, para quê sustentar o PIG? Só para que continuasse a disseminar intrigas durante períodos eleitorais? Para que funcionasse como laboratório onde se testam palavras de ordem? Ou para que seguisse defendendo aliados do governo?
Collor, Sarney, Renan - toda essa gente conta com a ajuda do PIG quando se lhe apertam os calos. Sem utilidade, adeus patrocínio!
O PIG argumenta que Joaquim está sendo muito rigoroso com os réus do mensalão. Como se rigor fosse um exagero e a condescendência o mais aconselhável.
Não ria: membro mais afoito e mais bem remunerado do PIG comparou Joaquim a inquisidores da Idade Média que torturaram e mataram. Seria o nosso Torquemada!
No fim do século XV, na Espanha, o dominicano Tomás de Torquemada, promovido a inquisidor-geral pelo papa Inocêncio VIII, recomendava parafusos nos polegares dos heréticos enquanto rezava contrito e baixinho pela salvação de suas almas.
Se Joaquim procede como ele, o STF virou o endereço nobre e espaçoso dos novos inquisidores.
Sim, porque Joaquim não julga sozinho.
Na última segunda-feira, por exemplo, ele condenou Ayanna Tenório, uma das diretoras do Banco Rural, o financiador de parte do mensalão. E aí?

Se tiver vontade de ler o lixo todo clique aqui

Mas não é bem o que o vestal pensava de Joaquim Barbosa quando da aceitação da denúncia do mensalão minero de seu querido Eduardo Azeredo, vejam o que ele disse, colocando palavras na boca dos outros, claro:

Foi mal, Barbosa!


É majoritária entre os ministros do Supremo Tribunal Federal a opinião de que foi medíocre o desempenho de Joaquim Barbosa (foto acima) como relator do caso do mensalão mineiro protagonizado pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Cabia a Barbosa votar pelo acatamento ou recusa da denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República. Uma vez que ela fosse aceita pela maioria dos seus pares, só então se abriria processo contra o senador.
Mas o de Barbosa foi um voto de condenação prévia de Azeredo. De resto, ele conferiu importância excessiva a um recibo de dinheiro que Azeredo enfaticamente aponta como falso. Barbosa não pediu uma perícia do documento.

Se você não acredita e acha que estou inventando pode conferir aqui

Aí fica claro que na hora de usar sua caneta, não é a favor do jornalismo que o sujeito se dedica, e sim para favorecer as suas preferências, de seus patrãos ou até mesmo para ajudar sua cônjugue, como no caso em que acusou o ministro do supremo Dias Tófoli, como pode ser conferido aqui

Mas o que esperar de um sujeito que se presta ao papel mostrado no video abaixo






Empresário: mensalão tucano vem da educação

Via Com Texto Livre


Empresário: mensalão tucano vem da educação
Ernani de Paula, dono da Universidade São Marcos, denunciou ao Ministério Público de São Paulo esquema para distribuição de bolsas a alunos fantasmas; de lá vem, segundo ele, o caixa dois do PSDB nas eleições; esquema foi implantado, segundo ele, na gestão de Serra na prefeitura e levado ao estado

José Serra, candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, foi o primeiro candidato a utilizar o mensalão na campanha municipal de 2012. Segundo ele, o “STF está mandando para a cadeia um jeito nefasto de fazer política”. Depois dele, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reforçou a crítica, ao dizer que a Justiça está despertando no Brasil, também no programa de Serra. Agora, em pleno processo eleitoral, um empresário da área de educação, Ernani de Paula, que é proprietário da Universidade São Marcos, sob intervenção do Ministério da Educação, denuncia que o “mensalão” do PSDB vem da área de ensino superior. O esquema consistiria em conceder bolsas de ensino a alunos-fantasma, a instituições pouco conhecidas no mercado.

Em 2009, Ernani de Paula fez uma denúncia ao promotor Sílvio Marques, do Ministério Público de São Paulo – o mesmo que investigou o caso Maluf. À época, ele falava em repasses de R$ 80 milhões. Hoje, ele tem a informação de que, desde a chegada de José Serra ao Palácio dos Bandeirantes, em 2006, mais de R$ 800 milhões foram transferidos a essas instituições de ensino.

O caso mais sintomático, diz ele, é a da faculdade Sumaré, que liderou os repasses, embora seja pouco conhecida no mercado. “É o mensalão universitário”, diz Ernani de Paula. “Essa universidade, que ninguém sabe o que faz ou quem é o dono já recebeu mais de R$ 70 milhões”, afirma. Outra, a Uniesp, também lidera o ranking. Juntas, as duas teriam levado quase R$ 140 milhões.

Ernani de Paula, coincidentemente, tem uma história de vida ligada a outro mensalão: o do PT. Em 2000, ele se elegeu prefeito de Anápolis (GO), cidade do bicheiro Carlos Cachoeira, e depois acompanhou de perto as primeiras articulações do contraventor para plantar denúncias contra o PT na revista Veja – a ex-mulher de Ernani era suplente do senador Demóstenes Torres.

Segundo ele, no caso da educação superior, o esquema foi bolado pelo ex-secretário de Educação de Serra e ex-ministro de FHC, Paulo Renato de Souza, já falecido. Sua universidade, a São Marcos, não recebeu as bolsas de ensino do governo paulista, e passou a enfrentar dificuldades financeiras até sofrer a intervenção do MEC.

Depois disso, diz Ernani, ele foi procurado pelo filho de Paulo Renato de Souza, Renato Souza Neto, que dizia ter interessados na compra da instituição – se tivesse vendido, afirma o empresário, estaria à frente dos repasses das bolsas de ensino superior em São Paulo.

Ernani de Paula se diz disposto a colaborar com o Ministério Público de São Paulo para ajudar a desvendar o esquema de desvio de recursos públicos na educação superior.





No 247












sexta-feira, 7 de setembro de 2012

7 de setembro: cada governo faz o seu

De Carta Maior



Em setembro de 2002, nos estertores do governo do PSDB, o risco-Brasil atingia 2.443 pontos.

Medida de vulnerabilidade de uma economia --do ponto de vista dos credores-- cada 100 pontos de risco equivale a 1% de taxa adicional de juro. A chance de um calote brasileiro então era tida como muito alta.
Para quebrar as resistências ao passar o chapéu o governo FHC via-se obrigado a pagar uma sobretaxa de quase 24,5% acima do juro vigente nos EUA. Numa operação externa feita esta semana pelo governo Dilma, esse plus registrou um recorde histórico de baixa: foi de apenas 1,1%.
O oposto vivido no governo do PSDB reduz a margem de soberania de um país a zero. A independência política é ornamental. Canta-se o Hino, hasteia-se a bandeira. Entrega-se tudo o mais que dá sustento à palavra Nação.
Sem o manejo endógeno das contas externas é impensável fazer política de desenvolvimento ou articular a defesa da industrialização. Menos ainda avançar na defesa da principal fronteira da soberania no século XXI: a justiça social.
Delega-se a sorte e o azar aos banqueiros. Em setembro de 2002, depois de 8 anos nas mãos do PSDB, o Brasil era isso: um pangaré faminto tratado a sabugo e chicote de marmelo pelos mercados.
FHC cumpria exigências velhas, fazia concessões novas, arrastava a empáfia num tanque de areia movediça; a cada passo afundava mais a perna.
Em setembro de 2002 a lama já oscilava no estreito intervalo entre o lábio e o nariz.
Dez anos depois, neste setembro de 2012, o risco país é de 110 pontos. Sim, a 'herança pesada' de Lula, na douta avaliação do sociólogo encabrestado pelos banqueiros em 2002, permitiu que o Tesouro Nacional colocasse nesta 4ª feira US$ 1,3 bilhão em títulos de 10 anos no mercado internacional, pagando apenas 1,1% acima do juro norte-americano.
O menor piso da história teve uma das maiores procuras do mercado. Diferente do calvário vivido em setembro de 2002, a demanda pelos papéis brasileiros foi quatro vezes superior à oferta.
O risco-país em si não define a qualidade de vida de uma nação.
A Argentina tem um risco elevado porque impôs um desconto de 70% da dívida aos seus credores em 2001. Usou a folga para melhorar substancialmente as condições de vida de seu povo e de seu crescimento.
Não foi essa a lógica que depositou a soberania brasileira nas mãos dos mercados em 2002 .
Ao contrário. A taxa de juro havida disparado e beirava os 25% (hoje o Brasil tem uma taxa de juro real inferior a 2%) ; a inflação passava de 12%, com o desemprego igualmente rompendo esse patamar.
A dívida interna decolara. Mais de um terço dela estava dolarizada, o que restringia a margem de manobra para fomentar a exportação sem quebrar as contas fiscais.
O Brasil escorria na ampulheta da história.
As reservas disponíveis de US$ 36 bi (hoje são dez vezes maiores) cobriam apenas 1/6 do endividamento interno em dólares. O país fora esmurrado por equívocos estratégicos, socado pela ganância dos interesses unilaterais: estava quebrado por fora, sangrava por dentro.
A contrapartida no imaginário nacional era devastadora.
Uma pesquisa do Sebrae de 2002 identificou "a baixa auto-estima e a valorização apenas do que vem de fora como os maiores problemas e os principais pontos fracos do nosso povo". Antes, o Latinobarômetro já havia constatado a mesma ladeira abaixo: o brasileiro era o povo com 'a mais baixa auto-estima de toda a América Latina'.
A idéia de bem comum e de interesse público se esfarelava. Medo e incerteza eram explorados pelo conservadorismo que manipulava assim os sentimentos gerados por sua estratégia de 'inserção nos mercados globalizados'.
O governo do PSDB já havia apelado ao guichê do FMI em 1999 para tomar US$ 40 bi em regime de urgência. Boa parte do patrimônio nacional fora privatizado. 'Torrado', como disse a Presidenta Dilma no pronunciamemto pelo 7 de setembro nesta 5ªfeira, 'para pagar dívida, gerando monopólio e ineficiência...'
E mesmo assim, em dezembro de 2002 o estoque total da dívida externa líquida (pública e privada, menos reservas) era de US$ 189,5 bilhões.
O país devia quase 38% do PIB. Precisava de mais de três anos de exportações (então de US$ 60,4 bi, contra US$ 256 bi em 2011) para pagar a dívida.
O então candidato da coalizão demotucana à presidência, José Serra, tirou da gaveta o que lhe restava, ademais de ser a sua especialidade: o terrorismo eleitoral.
À falta de melhor argumento ele alarmava a classe média: a vitória de Lula levaria a 'argentinização' do país -- isso, quando a Argentina afundava no mesmo pântano neoliberal criado por Menén e Cavallo.
A crise mundial que se arrasta desde 2008 é mais grave, mais abrangente e corrosiva do que aquela de 2002.
A contabilidade do país, no entanto, espelha resultados opostos.
Embora a desigualdade resista e cobre audácia para ser enfrentada, os índices de pobreza, fome, desemprego, informalidade, apartheid universitário e de crédito, entre outros, repousam em níveis inéditos.
40 milhões de brasileiros deixaram a pobreza desde 2003; outros 30 milhões ascenderam na pirâmide de renda. O Brasil é hoje o país menos desigual de sua história.
Altivez e soberania deixaram de ser adorno retórico na atuação do Itamaraty.
Como farsa, porém, sobrevivências do passado batem à porta do presente com aspirações de influenciar o futuro.
Foi essa a pretensão de FHC na patética tentativa de depositar uma 'herança pesada' de Lula no colo de Dilma.
A falta de pejo recebeu pronta admoestação da Presidenta que tratou o tucano como um fraudador da história.
Em nota oficial, Dilma foi ao ponto e reavivou aos distraídos a realidade constrangedora daquele final de governo, quando o 7 de Setembro era uma contradição em termos espetada no calendário nacional.
"Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob ameaça de apagão”, disse a nota da Presidência da República nesta 2ª feira, antecipando em quatro dias os festejos e o sentido da palavra 'independência' no Brasil de 7 de setembro de 2012.


 por Saul Leblon

José Serra, os porquinhos e a matemática.

Esses videos mostram como se faz necessário a saída do sapo barbudo analfabeto e ignorante, para a entrada de alguém culto e versado em todos os assuntos.
Contador de visita

Não é novela mas se quiser seguir fique a vontade