Do blog Caderno de Rscunhos
(Às populações tradicionais que ainda resistem ao avanço do Capitalismo)
“Sai da frente, companheiro
Sai, porque vou atracar”
Disse o navio estrangeiro
Para o pequeno pesqueiro
Que parou bem no lugar
“Mas cheguei aqui primeiro
Inda estou a carregar”
Disse o barco ao forasteiro
Mas o navio graneleiro
Mesmo assim não quis parar
“O que o leva de importante
Para vir me atrapalhar?
Pois agora neste instante
Eu espero tal montante
Que não posso lhe esperar”
“Tralhas para pescaria
Isca, linha, rede, anzol
Nunca tive mordomia
É o que levo todo dia
Faça chuva ou faça sol”
“Se você vai todo dia
Um que seja não faz falta
Ninguém mesmo notaria
Diferença nem faria
Noutro dia você volta”
“Diferença há de fazer
Aos filhos do pescador
Que precisam de comer
E a rotina tem que ser
Todo dia sim senhor”
E o debate se alongava
Sem ninguém se entender
Mas o navio avançava
E bem perto já chegava
Quase a ponto de bater
“Ao progresso vou avante!”
O navio assim bradou
E seguiu mesmo adiante
Que o pesqueiro num instante
Foi quebrando e se afundou
Depois disso o pescador
Disse: “Deus fez a vontade”.
E foi como um pecador
A sofrer a sua dor
Com a cruz lá na cidade
Isso é fato corriqueiro
Que os pequenos fiquem mal
Como a sina do cordeiro
Foi o lobo do pesqueiro
O poder do capital
Tudo junto e misturado
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
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José Serra, os porquinhos e a matemática.
Esses videos mostram como se faz necessário a saída do sapo barbudo analfabeto e ignorante, para a entrada de alguém culto e versado em todos os assuntos.
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Oh… rsrs
ResponderExcluirValeu, amigo. Valeu pela força.
Essa fábula retrata o tempo cíclico das populações tradicionais e oposição ao tempo irreversível das grandes cidades e discute, de certa forma, a técnica desses dois “tipos ideais”.
Fala também da ideia do “desenvolvimento” e da miséria que ele arrasta atrás de si.
Ela foi escrita a partir do capítulo XXIV do Capital, de Marx (Acumulação Primitiva de Capital)…
O final, um pouco triste, vem daquela fábula famosa do Fedro que o La Fontaine tornou conhecida: O Lobo e o Cordeiro.
Abs.