Do Brasil Econômico - Por José Dirceu
O governo aumentou o IOF de aplicações estrangeiras para conter a "guerra cambial" que tem sido alimentada. O ponto nevrálgico desse embate se dá entre EUA e China, com o primeiro rodando dólares para ampliar a liquidez da moeda e tentar resolver seus problemas econômicos e o segundo atrelando sua moeda (iuane) ao dólar para se defender da tática americana.
No Brasil, há um tipo de análise que defende a desvalorização do dólar e nosso alinhamento aos EUA na pressão pela valorização do yuan. O argumento é que perdemos na relação comercial com os chineses toda vez que o yuan acompanha o dólar.
Esconde-se, contudo, que são os EUA que querem impor ao mundo o custo do reajuste de sua economia. Esconde-se também que o câmbio valorizado no Brasil é herança dos anos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que dobrou a dívida interna e operou com juros elevados para manter um câmbio fixo que já se sabia, há muito, insustentável.
Essa "queda de braço cambial" tende a prevalecer até a reunião do G20, em novembro. Nesse encontro, todos os países devem chegar a uma proposta de consenso que possibilite a retomada do crescimento em âmbito mundial, não apenas para a Europa e os EUA. Até lá, cabe ao Brasil defender sua economia e moeda, o que já deveria ter sido feito há algum tempo.
Mas é preciso também pôr os "pingos nos is" em relação a outro problema que tem se agravado com a questão cambial: uma nova guerra fiscal, envolvendo produtos importados. Trata-se de engenharia tributária para tornar atraente a circulação de mercadorias em seus territórios.
O recurso é sempre redução do ICMS pelos estados, prática que também ganhou força sob FHC. Os resultados são nocivos à produção.
O governo Lula encaminhou ao Congresso uma proposta para mexer no cerne dos desequilíbrios fiscais entre os estados, que alimentam essas guerras fiscais: o modo de se cobrar o ICMS. Mas os tucanos impediram a aprovação da reforma tributária, criando obstáculos em movimento capitaneado pela bancada paulista do PSDB, sob orientação do então governador José Serra.
Se aprovada, a nova legislação acabaria com a guerra fiscal que permite a abertura às importações. E baixaria a carga de impostos no país, acabando com a tributação em cascata e transformando o ICMS em IVA (Imposto sobre Valor Agregado), a ser cobrado apenas no Estado de consumo do produto, hoje, há uma lei de ICMS para cada Estado.
O IVA agregaria o PIS e a Cofins, além da necessidade de criação de um fundo de compensação aos Estados e municípios que venham a sofrer perdas excessivas com o advento do IVA.
A reforma tributária é imprescindível, mas Serra já declarou que não vê necessidade de fazê-la. Dilma Rousseff, em contrapartida, defende a reforma e também desonerações planejadas e direcionadas a setores importantes para a economia e a população - como o de medicamentos, por exemplo.
Da mesma maneira, será preciso equacionar os problemas cambiais. Esses dois graves entraves têm origem nos oito anos de tucanato e começaram a ser desmontados sob o governo Lula. Não podemos retroceder.
Tudo junto e misturado
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
José Serra, os porquinhos e a matemática.
Esses videos mostram como se faz necessário a saída do sapo barbudo analfabeto e ignorante, para a entrada de alguém culto e versado em todos os assuntos.
Arquivo do blog
-
▼
2010
(416)
-
▼
outubro
(27)
- Peter Frampton - Breaking All The Rules
- Justiça estipula prazo para explicações das suspei...
- Serra não mamãe
- Para destroçar o país
- Porque votar Serra
- O dia em que até a Globo vaiou Ali Kamel
- A mentira tem pernas curtas mesmo
- Só rindo um pouco
- Como um meteorito
- Pingos nos "is"
- As mulheres são as maiores inimigas de Dilma
- O caso do dossiê Amaury
- Tá censurada mais eu deixo você ler
- A sujeirada tucana
- Vox Populi: Dilma soma 51% das intenções de voto; ...
- Mais um pouco sobre os cursos de qualificação que ...
- É isso que o Serra culpa Lula e Dilma de não conti...
- Revista mostra contradições de Serra
- As mil caras de Serra
- O mentiroso
- A doutrina do choque
- O que seria Serra para o Basil?
- Viva a liberdade de imprensa
- Artigo de pastor presbiteriano sobre boatos
- As tristesas deixadas
- Uma boa limpeza
- Uma realidade transformada pelo Bolsa Família
-
▼
outubro
(27)
Recomendados
- Dilma na web
- Blog do Planalto
- Cloaca News
- Nassif
- Esquerdopata
- Brizola Neto
- Paulo Henrique Amorim
- Blog do Miro
- Maria Frô
- Blog do Linho
- Petrobrás
- FBI
- Blog do Mello
- Tia Carmela
- Cristina Lemos
- Quanto Tempo Dura
- Leitura Global
- Miguel do Rosário
- Boimate News
- Abunda Canalha
- Eduardo Guimarães
- Alexandre Porto
- Luiz Carlos Azenha
- 007 BondBlog
- Na Maria News
- Grupo Beatrice
- Brasil Gauche
- Língua de Trapo
- Assaz Atroz
- Leandro Fortes
- Tudo em cima
- Os Amigos da Presidente Dilma
- Professor Hariovaldo
- Os Amigos do Presidente Lula
- 007 BondEleição
- Carta Capital
- Rodrigo Viana
- Caderno de Rascunho
- Antitucano
- Carta Maior
- Almanaque de Crônicas
Nenhum comentário:
Postar um comentário