Tudo junto e misturado


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Pequeno conto inacabado

Trimm... trimm... trimm... Arnaldo esfrega os olhos e olha para o rádio relógio que marca 2:16h. Quem pode ser a essa hora? – pensa envolto ao cansaço de quem se recolhera após a meia-noite.
-Alô.
-Alô. Arnaldo?
-Sim é ele, o que deseja?
-Arnaldo é o Silva. Estou te ligando, porque desde que publiquei aquela matéria sobre o desvio de dinheiro no governo do Mato Grosso, venho recebendo ameaças e ainda agora recebi um telefonema me dizendo que meu tempo é mais curto do posso imaginar, estou apavorado amigo e só consegui pensar em você para me ajudar.
Arnaldo e Silva eram amigos desde a infância, sempre estiveram juntos, nas brincadeiras pelo bairro onde moravam, nas travessuras na escola, na faculdade onde Silva se formou em jornalismo e Arnaldo em direito.
Apesar de formado em direito, Arnaldo nunca exerceu a função, prestou concurso
Público e foi trabalhar para o governo estadual na área da receita.
-Fique calmo Silva, daqui a pouco estou aí e você me conta essa história direito.
Levantou-se trôpego pelo sono, e as cervejas que havia tomado num happy hour após o expediente. Desceu pela escada, uma vez que o elevador já á semanas não funcionava. Qualquer dia desses me mudo dessa porcaria – pensou revoltado.
Entrou em seu carro e saiu lentamente para fazer o contorno e seguir para o prédio onde Silva morava. Chegando em frente ao prédio, um belo conjunto vertical de 18 andares, sorri pra si mesmo e pensa – ainda bem que aqui o elevador funciona.
Ao apertar a campainha ouve a voz arranhada de Josias, zelador do prédio a muitos anos e acostumado com Arnaldo, que de pronto autoriza sua subida.
Entra no elevador, aperta o número 12 e luta para espantar um pequeno desconforto com locais fechados. Ao descer do elevador, encaminha-se para o apartamento 55, aperta a campainha, aguarda um breve instante e aperta novamente, mantendo o dedo friccionando por um instante a mais. Nada, nem um sinal, então ele gira a maçaneta e a porta se abre. Aquilo lhe soava muito estranho, como podia alguém sendo ameaçado de morte estar com a porta aberta àquela hora da madrugada? Não fazia sentido.
Empurra aporta procurando fazer o menor barulho possível e entra na sala, que está com as luzes acesas, juntamente com a da cozinha, se ele não está na sala, será estaria na cozinha? Ou teria ele saído e esquecido de trancar a porta? Ou será que tinha ido dormir sem trancar a porta?
Arnaldo vai até a cozinha,nada, tudo em silêncio.Volta e se dirige para o quarto – Aquele maluco do Silva só pode ter pego no sono – Pensa enquanto vai ao quarto.
Ao chegar e acender a luz do quarto, sente suas pernas quase não conseguirem sustentar seu corpo. De bruços no chão, sobre uma poça de sangue está Silva, seu amigo querido.Arnaldo fica paralisado com aquela cena inimaginável à sua frente, sente uma pequena ardência em seu braço direito e com um movimento rápido desfere um tapa e vê que matou um pernilongo, que por sinal já lhe havia chupado muito sangue, a julgar pelo quantidade de sangue saída do inseto.
Arnaldo, ainda tomado pelo desespero vai até a cozinha, abre a torneira da pia e lava o rosto na vã esperança de que acordaria desse pesadelo, abre o armário, pega um copo no qual coloca um pouco de açúcar e água e toma num só gole para amenizar a tremedeira que tomou conta de suas pernas.
Avisa a polícia e senta-se no sofá para esperá-la. Chega a polícia, interdição do apartamento, perguntas, respostas, mais perguntas... É quando entra pela porta Antunes, um dos mais respeitados detetives de todo o país, nada passava despercebido aos olhos treinados de Antunes,ele faz uma varredura completa no apartamento, após o que, passa a interrogar Arnaldo que, em meio ao interrogatório, passa a mão pela testa deixando a mostra uma mancha vermelha em seu antebraço que de imediato é percebido por Antunes.
Antunes não perde tempo e pede logo a um agente da polícia legal que colha materiais do corpo de Arnaldo para exame de DNA, ressaltando a importância da mancha no antebraço. Antunes liberou Arnaldo, aconselhando-o a não deixar a cidade.
Arnaldo nem teve tempo de digerir a perda de seu melhor amigo e já se viu atrás das grades acusado de assassiná-lo, uma vez que sua digitais estavam por toda a casa e o sangue em seu antebraço decorrente do pernilongo que matou, possuía o DNA de Silva...


(Ficção) Escrito por Sandro Stahl

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José Serra, os porquinhos e a matemática.

Esses videos mostram como se faz necessário a saída do sapo barbudo analfabeto e ignorante, para a entrada de alguém culto e versado em todos os assuntos.

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